Japão envia tropas para conter mortes por ataques de ursos – 05/11/2025 – Mundo

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O Japão enviou tropas para o norte do país nesta quarta-feira (5) para ajudar a capturar ursos, depois de autoridades afirmarem que comunidades sitiadas estavam lutando para lidar com uma onda sem precedentes de ataques que já deixaram 12 mortos desde abril.

O governo da nova primeira-ministra, Sanae Takaichi, trabalha em um pacote emergencial para enfrentar a crise, alimentada por uma combinação de mudanças climáticas, despovoamento rural e envelhecimento da população de caçadores —fatores que empurraram os animais para cada vez mais perto das áreas habitadas.

Em setembro, o governo já havia flexibilizado as regras sobre armas de fogo para facilitar que caçadores atirem em ursos em zonas urbanas. Agora, entre as novas medidas, está o recrutamento de mais caçadores licenciados, segundo o vice-secretário-chefe de gabinete, Kei Sato.

“Os ursos continuam a entrar em áreas povoadas, e os ferimentos aumentam diariamente. Não podemos mais adiar as medidas”, afirmou.

As tropas, porém, não usarão armas de fogo. De acordo com o Ministério da Defesa, devido às rígidas leis japonesas, os soldados empregarão apenas sprays repelentes, escudos, bastões, coletes à prova de balas, óculos de proteção e lançadores de redes para capturar os animais.

A operação começou em Kazuno, uma pequena cidade cercada por montanhas que registrou um forte aumento nas aparições. Há semanas, os moradores são orientados a evitar as florestas densas e a permanecer em casa após o anoitecer para se manter longe dos animais que vasculham as proximidades das residências em busca de comida.

“Mesmo que temporariamente, a ajuda das Forças de Autodefesa é um grande alívio”, disse Yasuhiro Kitakata, responsável pelo departamento de ursos da cidade. “Eu costumava pensar que os ursos sempre fugiam quando ouviam barulho, mas agora eles realmente vêm em sua direção. São animais verdadeiramente assustadores.”

Em Akita, as autoridades dizem que as aparições de ursos aumentaram seis vezes este ano, chegando a mais de 8.000, e os ataques estão a caminho de um novo recorde, o que levou o governador a solicitar ajuda das Forças de Autodefesa na semana passada.

“Os moradores sentem o perigo todos os dias”, disse o prefeito de Kazuno, Shinji Sasamoto, após se reunir com cerca de 15 soldados que chegaram à cidade em um caminhão e jipes do Exército, equipados com coletes à prova de balas e um grande mapa. “Isso afetou a forma como as pessoas vivem, forçando-as a deixar de sair ou cancelar eventos.”

As tropas estão encarregadas de transportar, montar e inspecionar as armadilhas metálicas usadas para capturar os ursos. Os animais presos são posteriormente abatidos por caçadores contratados pelo governo para reduzir a população.

Numa estrada fora da cidade, funcionários florestais locais mostraram aos soldados como montar e carregar as armadilhas nos caminhões.

Pensei que algo estivesse pegando fogo, afirmou uma moradora local que saiu para ver o que estava acontecendo, com o rádio tocando alto para espantar ursos.

Depois de Kazuno —uma cidade de cerca de 30 mil habitantes, conhecida por suas fontes termais, paisagens e variedade de maçãs doces—, os soldados seguirão para Odate e Kitaakita, em um acordo que dura até o fim de novembro.

O aumento dos encontros de humanos com ursos —inclusive em supermercados, escolas e resorts de águas termais— reflete o impacto de um ambiente em desequilíbrio. Segundo especialistas, a baixa oferta do fruto do carvalho, fonte de alimento dos ursos, fez com que a crescente população de ursos se aproximasse das cidades em busca de alimentos.

A queda da população rural também tem apagado as fronteiras tradicionais entre as cidades e os habitats destes mamíferos, o que os incentiva a expandir seus territórios para áreas residenciais, segundo os pesquisadores. Ao mesmo tempo a população envelhecida de caçadores, da qual as autoridades costumavam depender, encontra-se sobrecarregada.

Nas últimas semanas, ursos atacaram clientes dentro de um supermercado, pularam sobre uma turista que esperava em um ponto de ônibus próximo a um sítio declarado Patrimônio Mundial pela Unesco e mutilaram um funcionário em um resort de águas termais. Algumas escolas fecharam após ursos serem vistos vagando em seus terrenos.

Os ursos-negros japoneses, comuns na maior parte do país, podem pesar até 130 kg. Já os ursos-pardos da ilha de Hokkaido, no norte, podem chegar a 400 kg.

Não é a primeira vez que o Japão envia tropas para auxiliar no controle de vida selvagem. O Exército já forneceu vigilância aérea para caçadas a cervos selvagens há cerca de uma década e abateu leões-marinhos para proteger a pesca na década de 1960.



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