Lula critica aumento de gastos militares da Otan para 5% do PIB – 06/07/2025 – Mundo

Lula critica aumento de gastos militares da Otan para 5%


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o aumento de gastos militares da Otan, a aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos. Recentemente o grupo aprovou nova meta de gastos com defesa para 5% do PIB (Produto Interno Bruto) de cada um de seus 32 membros.

“A recente decisão da Otan alimenta a corrida armamentista. É mais fácil destinar 5% do PIB [Produto Interno Bruto] para gastos militares do que alocar o 0,7% prometido para Assistência Oficial ao Desenvolvimento [indicador de ajuda externa ligado à OCDE]”, disse Lula.

“Isso evidencia que os recursos para implementar a Agenda 2030 existem, mas não estão disponíveis por falta de prioridade política. É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz.”, afirmou o presidente.

O presidente brasileiro abriu a cúpula de líderes do grupo, que ocorre no Rio de Janeiro neste domingo (6) e na segunda (7). Há uma série de desfalques entre os principais líderes de países da agremiação, como o chinês Xi Jinping e o russo Vladimir Putin, que deve fazer uma fala em vídeo, mas os impasses relativos à declaração final de líderes foram superados em meio a tensas negociações.

O texto final, adiantado pela Folha, faz poucas menções à Guerra da Ucrânia, principal conflito mundial a opor a Rússia e a Otan. Países da aliança ocidental apoiam Kiev financeira e militarmente, e a aproximação do grupo do entorno russo é um dos argumentos de Moscou para justificar suas ações na Ucrânia, que o Kremlin considera no mínimo parte de sua esfera de influência.

“É urgente que as partes envolvidas na Guerra na Ucrânia aprofundem o diálogo direto com vistas a um cessar-fogo e uma paz duradoura. O Grupo de Amigos para a Paz, criado por China e Brasil e que conta com a participação de países do Sul Global, procura identificar possíveis caminhos para o fim das hostilidades”, afirmou Lula.

A cúpula mais recente da Otan foi desenhada para agradar o presidente americano, Donald Trump, que é ao mesmo tempo o principal fiador e cético da estrutura da organização. O republicano reforçou diversas vezes, mesmo antes de voltar à Casa Branca, que países membros deveriam aumentar seus gastos militares.

Inicialmente reticentes a essa demanda, os europeus mudaram sua posição com o avançar da Guerra da Ucrânia e a entrada de Washington como um negociador que emula pontos argumentativos do Kremlin. Sob Joe Biden, os EUA mantiveram oposição constante a Moscou, ainda que enviando armamentos a conta-gotas a Kiev com o intuito de evitar uma escalada do conflito.

Na cúpula em junho, no entanto, aprovada a nova meta criticada neste sábado por Lula, Trump mudou o discurso. “Essas pessoas [os líderes europeus] realmente amam seus países, não é uma farsa. Nós estamos aqui para ajudá-los a proteger seus países”, disse o republicano, que classificou como decepcionante a última conversa que teve com Vladimir Putin, na sexta-feira (4).

A crítica do brasileiro à aliança se junta a outras partes da declaração do brasileiro de defesa do multilateralismo e da solução diplomática de controvérsias, além de críticas às ações de Israel na Faixa de Gaza, que Lula voltou a chamar de genocídio.

O presidente também condenou o que chamou de violação territorial cometida contra o Irã e os atentados recentes na Caxemira.

A declaração final dos líderes do Brics, obtida pela Folha, traz críticas a ações de Israel na Faixa de Gaza, no Líbano e na Síria, mas preserva Tel Aviv e o governo Trump de responsabilidade pelos recentes ataques contra o Irã, membro do grupo, apesar de condenar a ofensiva.

O conflito no Leste Europeu é praticamente ignorado nos 126 parágrafos da declaração final. Por outro lado, há condenação de ataques ucranianos à Rússia, sem qualquer menção às ofensivas do país invasor ao território ucraniano.

Nos poucos trechos em que a Guerra da Ucrânia aparece, o grupo reitera de forma branda as posições tomadas no âmbito das Nações Unidas. A condenação “nos termos mais fortes” ocorre apenas contra ataques à infraestrutura civil em território russo, nomeando alguns episódios.

“Condenamos nos termos mais fortes os ataques contra pontes e infraestrutura ferroviária deliberadamente mirando civis nas regiões russas de Brians k, Kursk e Voronej em 31 de maio, 1º e 5 de junho de 2025, resultando em múltiplas mortes de civis, incluindo crianças”.



Fonte CNN BRASIL

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