A Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) voltou a aprovar nesta quarta-feira (29) uma nova resolução que pede o fim do embargo dos Estados Unidos contra Cuba, mas desta vez com menos apoio.
O texto, que pede o levantamento do embargo econômico, comercial e financeiro em vigor desde 1992, recebeu 165 votos a favor, incluindo o Brasil, e 7 contra. Os próprios EUA, além de Israel, Argentina, Ucrânia e Paraguai, deram voto contrário. Houve 12 abstenções.
A maioria é expressiva, porém menor do que nos últimos anos, quando a média de apoio à resolução girava em torno de 190 votos. Todo ano, desde 1992, a assembleia aprova uma resolução condenando o bloqueio, com apoio da maioria dos países-membros da organização —Israel e EUA sempre votam contra.
A resolução da ONU também pede que Washington revogue outras leis como a que impede, por exemplo, a ilha caribenha de comprar bens estrangeiros com dólares.
Nos dias que antecederam a reunião em Nova York, Havana acusou os EUA de lançarem uma “campanha caluniosa e enganosa” para pressionar países da América Latina e da Europa a não apoiarem a resolução.
Parte do debate deste ano girou em torno da acusação dos Estados Unidos de que Cuba teria enviado militares para lutar ao lado da Rússia na invasão da Ucrânia. Em 2024, a resolução havia recebido 187 votos a favor, 2 contra (Estados Unidos e Israel) e 1 abstenção (Moldova).
Donald Trump aumentou a pressão sobre a ilha desde que voltou à Casa Branca para um segundo mandato. Em maio, Washington incluiu novamente Cuba no grupo de países que não cooperam plenamente com a luta antiterrorista.
Em 20 de janeiro, dia de sua posse, o republicano revogou a decisão de seu antecessor, Joe Biden, de retirar Cuba de outra lista, a de países patrocinadores do terrorismo.




