Peritos da ONU pedem investigação sobre operação policial no Rio de Janeiro

1762199102_image770x420cropped.jpg


Especialistas em direitos humanos da ONU* divulgaram um comunicado expressando “grande preocupação com a operação policial mais mortal da história do Brasil”, que deixou pelo menos 120 mortos, incluindo quatro policiais, em 28 de outubro no Rio de Janeiro.

Eles pediram às autoridades brasileiras que garantam uma investigação independente com o objetivo de identificar os responsáveis, “interromper as violações de direitos humanos e garantir a proteção de testemunhas, familiares e defensores dos direitos humanos.”

Helicópteros e drones

A “Operação Contenção” ocorreu nos complexos do Alemão e da Penha. Segundo relatos, alguns corpos foram encontrados com as mãos amarradas ou ferimentos de bala na nuca.

Moradores também relataram invasões domiciliares sem apresentação de mandados, prisões arbitrárias e uso de helicópteros e drones para disparar projéteis.

Os peritos afirmaram que “esses atos podem constituir homicídios ilegais e devem ser investigados de forma imediata, independente e minuciosa.”

Outra preocupação são as ameaças de criminalização dos familiares das vítimas, moradores e defensores dos direitos humanos que ajudaram a recuperar os corpos na manhã seguinte.

Rio de Janeiro (RJ), 28 de outubro de 2025 – Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro

Tomaz Silva/Agência Brasil

Rio de Janeiro (RJ), 28 de outubro de 2025 – Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro

Assédio e intimidação

Houve relatos de represálias contra as famílias e testemunhas. Para os peritos, “as autoridades devem garantir a vida, segurança e integridade pessoal das famílias e impedir qualquer forma de intimidação, assédio ou criminalização”.

Eles instaram as autoridades a tomarem imediatamente as seguintes medidas:

  • Suspender todas as operações em curso que resultem no uso excessivo da força e garantir que não ocorram mais perdas desnecessárias de vidas civis;
  • Proteger testemunhas, familiares, membros da comunidade e defensores dos direitos humanos contra represálias e processos judiciais arbitrários;
  • Preservar todas as provas e salvaguardar a cadeia de custódia em todos os casos de homicídios e outras possíveis violações, com vista a responsabilizar os culpados;
  • Garantir exames e investigações forenses independentes, em conformidade com as normas internacionais de direitos humanos;
  • Cumprir as normas internacionais sobre o uso da força e garantir a responsabilização por todas as irregularidades cometidas pela polícia.

Os especialistas enviaram suas preocupações ao governo brasileiro em uma carta instando-o a adotar essas e outras medidas de emergência sem demora, e solicitaram informações sobre as medidas tomadas para garantir a responsabilização e a reparação às vítimas e suas famílias.



Source link

Leia Mais

Relações entre Brasil e Moçambique fazem 50 anos e Lula

Relações entre Brasil e Moçambique fazem 50 anos e Lula viaja ao país

novembro 16, 2025

1763277981_17631596086917ae3853c7c_1763159608_3x2_lg.jpg

Cronologia da escalada da tensão entre EUA e Venezuela – 16/11/2025 – Mundo

novembro 16, 2025

naom_5f91338772e1f.webp.webp

Tráfico deixa de vender só drogas, amplia negócios e firma sua marca de violência

novembro 16, 2025

Comunidades denunciam demora na titulação de terras quilombolas no Rio

Comunidades denunciam demora na titulação de terras quilombolas no Rio

novembro 16, 2025

Veja também

Relações entre Brasil e Moçambique fazem 50 anos e Lula

Relações entre Brasil e Moçambique fazem 50 anos e Lula viaja ao país

novembro 16, 2025

1763277981_17631596086917ae3853c7c_1763159608_3x2_lg.jpg

Cronologia da escalada da tensão entre EUA e Venezuela – 16/11/2025 – Mundo

novembro 16, 2025

naom_5f91338772e1f.webp.webp

Tráfico deixa de vender só drogas, amplia negócios e firma sua marca de violência

novembro 16, 2025

Comunidades denunciam demora na titulação de terras quilombolas no Rio

Comunidades denunciam demora na titulação de terras quilombolas no Rio

novembro 16, 2025