O estudante de medicina Antônio Hashitani, 25, morreu em combate na Guerra na Ucrânia. O Ministério das Relações Exteriores, por meio da embaixada em Kiev, informou que foi comunicado do fato pelas autoridades ucranianas. A pasta afirmou que está em contato com familiares no Brasil para prestar “a assistência cabível”.
Hashitani atuava como voluntário em um grupo paramilitar na cidade de Bakhmut, palco de uma das mais sangrentas batalhas do conflito. O homem teria morrido no último dia 2 ou 3 de agosto, disseram familiares dele à TV Globo.
Antônio Hashitani estudava na PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e decidiu deixar o curso em 2022 para lutar na guerra.
Amigos e familiares do brasileiro lamentaram a morte pelas redes sociais e esclareceram que o rapaz foi voluntariamente para a Ucrânia. “Antônio não se contentava nunca, queria mais e mais. Faltando pouco tempo para terminar sua faculdade de medicina, largou tudo e foi para a África fazer voluntariado. Mas, com a sua teimosia, decidiu que precisava ir além. Então, foi para a Ucrânia se voluntariar na guerra”, escreveu Laissa Loraine, amiga do estudante.
A PUC-PR lamentou a morte do estudante e expressou condolências e solidariedade aos familiares e amigos de Hashitani.
Em 2022, o Itamaraty confirmou a morte de mais dois brasileiros no conflito no Leste Europeu, iniciado no em 24 de fevereiro de 2022.
A morte do gaúcho André Hack Bahi, 43, que atuava como socorrista pela Legião Internacional de Defesa da Ucrânia desde 28 de fevereiro, quatro dias após o começo da invasão, foi comunicada em junho do ano passado. Douglas Búrigo, 40, que fora do Exército Brasileiro durante cinco anos, viajou à Ucrânia em maio e morreu em ataque na cidade de Kharkiv, no leste do país invadido.
A cidade de Bakhmut fica na região de Donetsk, uma das que foram ilegalmente anexadas pela Rússia em setembro do ano passado.
Com ampla atuação do Grupo Wagner, mercenários liderados por Ievguêni Prigojin, a batalha pelo controle da cidade durou quase nove meses e foi apelidada de “moedor de carne” em razão do elevado número de mortes.
Desde então, após a conquista do território pelos russos em maio, atiradores de elite ucranianos conduzem ataques noturnos e eliminam alvos russos na cidade.
A área também é um dos alvos da contraofensiva de Kiev, iniciada no dia 4 de junho em locais ao sul, na região de Zaporíjia, e Donetsk, no leste. Na primeira semana, um comandante militar de Kiev afirmou que as tropas do país avançaram 1,4 quilômetro em torno de Bakhmut. O Ministério da Defesa da Rússia, à época, emitiu comunicado em que diz ter repelido ataques na região.
Os danos do confronto em Bakhmut foram, inclusive, agravantes na crise entre o líder mercenário e ministros e generais russos, que culminou no motim do Grupo Wagner no dia 23 de junho, quando veículos blindados e soldados ocuparam a cidade russa de Rostov-do-Don, no sul do país.
Em maio, Prigojin havia publicado vídeo com corpos ensanguentados ao fundo em que atacava com palavrões o ministro da Defesa, Serguei Choigu e o chefe do Estado-Maior, Valeri Gerasimov.