A Ucrânia tem um quarto do território suspeito de ser afetado por minas. A área em risco no país, que ainda é considerado o mais fortemente minado do mundo, chegou a atingir 157 mil quilômetros quadrados.
Um relatório lançado nesta segunda-feira pelas Nações Unidas revelou que a questão das minas na Ucrânia continua muito significativa, mesmo após a recente redução para 139 mil quilômetros quadrados.
As áreas afetadas pelos explosivos impedem que técnicos sigam adiante para restaurar sistemas de energia danificados. Muitos civis não puderam retornar para suas casas.
Cálculos apontam que o custo das minas e dos resíduos explosivos de guerra na Ucrânia superam US$ 11 bilhões em termos do Produto Interno Bruto anual. Pelas estimativas, a ações humanitárias antiminas precisam de US$ 34,6 bilhões.
Com os fundos necessários para ações de desminagem garantidos calcula-se que o país poderia contar com um retorno desse investimento em menos de três anos e meio, apenas em termos de PIB.
Pnud Ucrânia/Alexander Ratushnyak
Parceria com o governo usou imagens de satélite, drones e tecnologia sensorial
A lacuna de fundos é abordada no relatório Melhorando o Financiamento de Ações Contra Minas na Ucrânia do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud.
Duas soluções financeiras são apontadas para gerar fundos públicos e privados. A primeira são títulos vinculados à sustentabilidade a serem emitidos pelo governo ucraniano, não apenas para financiar a desminagem, mas também para apoiar uma transição para práticas agrícolas sustentáveis.
Já a Parceria Público-Privada Baseada em Resultados conectaria a remoção de minas ao desenvolvimento de energia renovável.
A proposta dos dois mecanismos vai além do financiamento tradicional por alinhar os esforços de ação contra minas às metas de desenvolvimento sustentável da Ucrânia, garantindo equidade, eficiência e eficácia a longo prazo.
Por um lado, a novas abordagens precisariam avaliar diagnósticos em todo o setor, incluindo diferentes partes interessadas e com reforço no apoio político e suporte interdisciplinar.
Pnud na Ucrânia/Alexander Ratushnyak
Ações humanitárias antiminas precisam de US$ 34,6 bilhões
O Pnud apresentou o novo relatório na preparação da conferência de ação antiminas sobre os desafios na Ucrânia. O evento está agendado para a cidade suíça de Lausanne entre quinta e sexta.
O representante da agência, Jaco Cilliers, disse a jornalistas, de Bruxelas, que a área de superfície afetada exclui onde ocorreram combates ou bombardeios. A parceria com o governo usou imagens de satélite, drones e tecnologia sensorial para pesquisa e para ajudar a limpar áreas contaminadas.
Jaco Cilliers disse que a redução de cerca de 157 mil para 139 mil quilômetros quadrados minados é uma das maiores já registradas.
As formas de desminagem envolvem a feita pelos militares, enquanto os combates ainda estavam ocorrendo, e a humanitária realizada por agências nacionais e seus parceiros internacionais.
O maior desafio na desminagem tradicional feita com meios humanos é que pode levar várias décadas, ou pelo menos 10 anos, quando envolve abordagens inovadoras.
Os esforços de desminagem na Ucrânia também incluíram a limpeza de munições não detonadas que, no total, mataram ou mutilaram cerca de 1,6 mil pessoas. À medida que a linha de frente avançava ou recuava, a implantação e a desminagem desses dispositivos estariam ocorrendo.
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