Crise na Síria aponta para aumento de casos de deslocamentos e fome

Crise na Síria aponta para aumento de casos de deslocamentos


Mais de 280 mil pessoas foram forçadas a fugir de suas casas, no noroeste da Síria, após uma ofensiva militar repentina do grupo Hayat Tahrir al-Sham, HTS, em áreas controladas pelo governo.

Os combatentes do HTS, considerado terrorista pelo Conselho de Segurança da ONU, ocuparam as cidades de Alepo e Hama em um novo momento do conflito que já dura 13 anos.

“Uma crise em cima de outra crise”

Nessas áreas, o Programa Mundial de Alimentos, WFP na sigla em inglês, conseguiu abrir cozinhas comunitárias para fornecer comida à população afetada.

Para o coordenador de Emergência e diretor de Análise Estratégica e Diplomacia Humanitária da agência, o número de deslocados pode aumentar rapidamente e chegar a 1,5 milhão.

Samer AbdelJaber enfatizou que a recente escalada da violência é uma “crise em cima de outra crise”.

Falando a jornalistas em Genebra nesta sexta-feira, ele destacou que a Síria vive “um ponto de ruptura” depois de 13 anos de conflito.

A guerra iniciada em 2011 com protestos por democracia, durante a Primavera Árabe, destruiu a economia e os meios de subsistência dos sírios. Atualmente, mais de 3 milhões enfrentam insegurança alimentar grave, pois não conseguem comprar comida suficiente para se alimentar de forma adequada. 

Maior déficit de financiamento de todos os tempos

O coordenador do PMA, adicionou que antes da crise atual, já havia 12.9 milhões de pessoas no país com necessidade de alguma forma de assistência alimentar.

A ajuda humanitária está no momento fluindo da Turquia através de três passagens de fronteira para o noroeste da Síria.

No entanto, AbdelJaber alertou que o financiamento internacional para o plano de resposta humanitária na Síria, que totaliza US$ 4,1 bilhões “enfrenta seu maior déficit de todos os tempos”, com menos de um terço do necessário para 2024 recebido até o momento.

Pessoas deslocadas pela guerra no Líbano regressam às suas casas

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Minas ameaçam retorno de libaneses

No país vizinho, o Líbano, cerca de 600 mil pessoas começaram a retornar para suas casas, após a entrada em vigor, em 27 de novembro, do cessar-fogo entre Israel e o grupo armado Hezbollah.

A diretora da Divisão de Operações e Incidência do Escritório de Coordenação de Ajuda Humanitária da ONU, Ocha, expressou a preocupação de que essas pessoas encontrem no caminho minas e munições não detonadas.

Falando a jornalistas em Genebra, Edem Wosornu enfatizou que operações para desarmar eventuais explosivos devem ser priorizadas, para proteger pessoas que estão retornando para seus lares destruídos e agricultores que tentarão recuperar suas colheitas.

Tortura generalizada em centros de detenção sírios

Nesta sexta-feira, o Mecanismo Internacional, Imparcial e Independente, Iiim, divulgou um relatório que analisa a prática generalizada e sistemática de tortura, maus-tratos e violações em mais de 100 centros de detenção governamentais na Síria.

O levantamento inclui condições de detenção desumanas, violência sexual e desaparecimentos forçados e tem como base mais de 300 entrevistas com testemunhas, provas médicas forenses e documentação do próprio governo sírio.

Ex-detentos descreveram graves abusos físicos e psicológicos, incluindo espancamentos, posições estressantes e violência sexual.

Eles relataram condições horríveis, falta de higiene, comida e água insuficientes, superlotação e negação de cuidados médicos. Muitos testemunharam outros detidos sendo torturados e mortos.

O relatório inclui descrições de estruturas do governo sírio envolvidas na inflição de danos, incluindo lideranças governamentais e entidades de coordenação, ramos de inteligência, hospitais militares e polícia militar.



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