O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestou-se hoje disposto a partilhar os vastos recursos naturais da Ucrânia com os aliados, após Donald Trump condicionar o apoio militar dos Estados Unidos ao acesso a matérias-primas estratégicas. Em resposta, o chanceler alemão, Olaf Scholz, criticou duramente as exigências do Presidente norte-americano, classificando-as como “muito egoístas”.
“Estamos a ajudar a Ucrânia sem pedirmos nada em troca. Esta deve ser a posição de todos”, declarou Scholz em entrevista ao grupo de imprensa alemão RND, publicada hoje. Na segunda-feira, durante uma cimeira europeia em Bruxelas, o chanceler alemão já tinha defendido que os recursos ucranianos devem ser utilizados para a reconstrução do país e para o fortalecimento do seu exército após a guerra.
Entretanto, Zelensky, numa publicação na rede social X, sublinhou que pretende discutir com Trump, caso se reúnam na próxima semana em Washington, não apenas o fim da guerra, mas também uma cooperação económica duradoura e o reforço das parcerias estratégicas entre Kiev e os Estados Unidos.
O Presidente ucraniano alertou para a importância dos recursos naturais do país no contexto da guerra. As regiões de Donetsk e Zaporijia possuem vastas reservas de terras raras, essenciais para a produção de tecnologias militares, enquanto a Ucrânia central abriga as maiores reservas de titânio da Europa. Zelensky enfatizou que a Rússia procura controlar esses recursos, que, se não forem protegidos, poderão ser usados contra o Ocidente.
“Se não agirmos agora, estes recursos não serão usados apenas contra a Ucrânia, mas eventualmente contra os Estados Unidos e a Europa”, advertiu. Zelensky afirmou ainda que o país está pronto para receber investimentos de empresas americanas na exploração desses recursos e para se tornar um ponto estratégico para a importação de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA para a Europa, reduzindo a dependência europeia da energia russa.
Na terça-feira, o líder ucraniano reafirmou a abertura para “exploração conjunta” de metais estratégicos, como urânio, lítio e grafite, referindo-se a um plano de paz apresentado em outubro. Zelensky destacou, por fim, a necessidade de se reunir com Trump antes de qualquer encontro deste com Vladimir Putin, argumentando que decisões sobre o futuro da Ucrânia devem ser tomadas em alinhamento com os aliados, e não com o agressor.
“Uma visita de Trump a Kiev seria um passo importante e necessário”, concluiu.
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