O escritório do inspetor-geral do Pentágono anunciou nesta quinta-feira (3) que estava abrindo uma investigação sobre o uso, pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, do aplicativo de mensagens de texto comercial Signal para coordenar o lançamento altamente sensível, em 15 de março, dos ataques dos EUA contra os houthis do Iêmen.
Em um memorando endereçado a Hegseth, o escritório do inspetor-geral disse que irá examinar se o uso do aplicativo pelo secretário atendia às diretrizes do Departamento de Defesa, além de verificar se as informações fornecidas eram ou deveriam ser confidenciais.
Hegseth afirmou repetidamente que nenhuma informação confidencial foi revelada no chat, apesar de incluir horários precisos para o lançamento de ataques aéreos dos EUA e alguns detalhes de alvos que, no geral, são considerados sigilosos antes de uma operação militar surpresa como a do Iêmen.
Os detalhes do bate-papo foram revelados na semana passada pela revista The Atlantic, depois que seu editor-chefe, Jeffrey Goldberg, foi incluído no bate-papo supostamente por engano.
“O objetivo dessa avaliação é determinar até que ponto o secretário e outros funcionários do Departamento de Defesa cumpriram as políticas e os procedimentos do órgão para o uso de um aplicativo de mensagens comerciais para assuntos oficiais”, escreveu Steven Stebbins.
Stebbins se tornou o inspetor-geral interino em janeiro, depois que o presidente Donald Trump demitiu o chefe anterior do órgão e de outros departamentos de fiscalização do governo durante sua primeira semana no cargo. Stebbins ainda afirmou que a investigação será realizada em Washington, bem como na sede do Comando Central dos EUA em Tampa, na Flórida.
“Solicitamos a designação de dois pontos de contato para essa avaliação dentro de cinco dias”, escreveu no documento, que também foi endereçado ao vice de Hegseth, Steve Feinberg.
Os principais republicanos e democratas do Comitê de Serviços Armados do Senado solicitaram uma investigação sobre o uso do aplicativo de mensagens na semana passada.
