Pelo menos 27 pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas na madrugada desta terça-feira (8) após o teto de uma boate desabar na República Dominicana. O balanço de vítimas foi divulgado pelo diretor do Centro de Operações de Emergências (COE), Juan Manuel Méndez.
Os serviços de emergência ainda procuram sobreviventes nos escombros da discoteca Jet Set, localizada na capital, Santo Domingo. A estrutura do local colapsou após um apagão repentino durante a apresentação do cantor de merengue Rubby Pérez, 69, que ficou preso entre os escombros junto com dezenas de pessoas. As causas do incidente ainda são desconhecidas.
A governadora da província de Montecristi, Nelsy Cruz, está entre os mortos, confirmou o presidente dominicano, Luis Abinader. Ele compareceu ao local e lamentou, em post no X, a “tragédia ocorrida na discoteca Jet Set”. “O principal objetivo é salvar vidas (…) Estamos profundamente abalados”, declarou o presidente ao chegar diante da boate.
Não há uma estimativa oficial de quantas pessoas estavam dentro da casa noturna, mas testemunhas falam em centenas.
Dezenas de pessoas se aglomeravam nas portas dos hospitais em busca de notícias de familiares que estavam no show. “Estamos desesperados!”, disse ao canal SIN Regina del Rosa, cuja irmã estava no local. “Não nos dão notícias, não nos dizem nada”.
Méndez, o diretor do serviço de emergência, detalhou que as operações de busca continuam e que ambulâncias fizeram 134 traslados até unidades de saúde. Ele esclareceu que esse número não representa o total de feridos, já que algumas unidades transportaram mais de uma pessoa.
“Estamos retirando todas as pessoas que podemos resgatar com vida e recuperando aqueles corpos que encontramos no caminho. Mas nos concentramos nas pessoas que podemos tirar com vida porque ouvimos pedidos de ajuda”, declarou Méndez.
Mais de 370 socorristas com dezenas de ambulâncias trabalham nas operações de busca de vítimas. Os emergencistas utilizam câmeras térmicas e se guiam pelas vozes que ainda são ouvidas sob a estrutura para identificar e tentar salvar aqueles que podem ainda estar presos.
“Foi algo totalmente relâmpago”, disse Enrique Paulino, empresário de Rubby Pérez, que estava no show. “Eu pensei que fosse um tremor de terra, por isso me joguei no chão, cobri a cabeça”. “Um de nossos saxofonistas morreu, tentamos ir para a área onde estava Rubby, mas lá os escombros eram grandes demais”, relatou Paulino. A filha do cantor, Zulinka Pérez, conseguiu sair dos escombros.
De acordo com Soto, Rubby Pérez ainda se encontra no meio dos escombros e está vivo, embora não pudesse fornecer detalhes sobre seu estado ou se foi levado a um hospital.
Segundo ele, a última atualização que teve sobre o artista foi às 9h29 desta terça (hora local, 10h29 horário de Brasília).
“Sim, ele está vivo, o que não posso confirmar é se o levaram porque aqui está um caos, uma desinformação enorme, e as autoridades não permitem a passagem. O irmão de Rubby, que é médico, está no local cuidando dele”, disse o empresário à mídia local Diario Libre.
O colapso da Jet Set evoca outras duas tragédias em boates. No mês passado, um incêndio em uma casa noturna lotada na Macedônia do Norte matou 59 pessoas e deixou mais de 150 feridas, após a apresentação de um grupo com uso de pirotecnia. O episódio guarda muita semelhança com o da boate Kiss em 2013, quando 242 pessoas morreram e 636 se feriram em Santa Maria (RS).