Quase 40 pessoas morreram em um ataque dos Estados Unidos contra um porto petrolífero no oeste do Iêmen, controlado pelos rebeldes houthis, informaram nesta sexta-feira (18) veículos de imprensa alinhados ao grupo pró-Irã.
O Exército dos EUA assumiu, na véspera, a responsabilidade pela destruição do terminal de petróleo de Ras Issa, no mar Vermelho, com o objetivo de cortar uma fonte de suprimento de combustível e financiamento dos houthis.
Washington vem realizando ataques aéreos quase diariamente desde 15 de março, tentando conter a ofensiva houthi contra embarcações civis e militares nessas águas cruciais para o comércio global.
“Trinta e oito operários e funcionários morreram e outros 102 ficaram feridos, segundo um balanço provisório da agressão americana contra a instalação petrolífera de Ras Issa”, informou a emissora Al-Masirah TV, ligada aos houthis.
Os rebeldes, que controlam amplas regiões do país, inclusive a capital Saná, iniciaram seus ataques no final de 2023, em apoio aos palestinos da Faixa de Gaza, durante a guerra entre o grupo islâmico Hamas e Israel.
Eles também tentam, ocasionalmente, atingir diretamente o território israelense. Nesta sexta-feira, o Exército de Israel anunciou ter interceptado um míssil vindo do Iêmen.
O porta-voz do Ministério da Saúde houthi, Anees Alasbahi, afirmou que entre as vítimas do ataque americano estavam “cinco socorristas e trabalhadores de ambulâncias” que estavam “cumprindo seu dever”.
Imagens exibidas pela Al-Masirah mostram um grande incêndio iluminando a região e uma densa fumaça envolvendo diversos navios atracados.
“As equipes de resgate da defesa civil e das ambulâncias estão fazendo todo o possível para buscar e retirar vítimas e apagar o incêndio”, disse Alasbahi.
Enfraquecer o poder econômico
O Comando Central dos EUA (Centcom) afirmou em comunicado que “o objetivo desses ataques era enfraquecer a fonte de poder econômico dos houthis”.
“As forças americanas tomaram medidas para eliminar essa fonte de combustível dos terroristas houthis apoiados pelo Irã e privá-los das receitas ilegais que têm financiado os esforços dos houthis para aterrorizar toda a região por mais de 10 anos”, explicou.
Os EUA, que classificaram os houthis como uma “organização terrorista” em março, acusam o grupo de monopolizar as receitas do porto, localizado ao norte de Hodeida, uma das cidades mais populosas do Iêmen.
Washington também impôs na quinta-feira sanções contra um banco iemenita e seus principais dirigentes, alegando que fornecem apoio “essencial” aos houthis.
O grupo pró-Irã anunciou nesta sexta manifestações nas áreas sob seu controle “contra os bombardeios americanos e em apoio aos palestinos em Gaza”.
A ofensiva dos rebeldes tem bloqueado a passagem de navios pelo canal de Suez, por onde transita cerca de 12% do tráfego marítimo mundial.
Muitas empresas foram forçadas a fazer desvios caros, contornando o extremo sul da África.
Os Estados Unidos iniciaram sua ofensiva contra os houthis sob o governo de Joe Biden. O ex-presidente Donald Trump prometeu continuar a ação militar até que os rebeldes deixem de representar uma ameaça à navegação marítima.