O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (25) que o julgamento de corrupção contra o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, deveria ser cancelado. Netanyahu foi indiciado em 2019, acusado de quebrea de confiança, propina e fraude —o premiê nega irregularidades e se declarou inocente.
“O julgamento de Bibi deveria ser CANCELADO IMEDIATAMENTE, ou um indulto deveria ser concedido a esse grande herói, que tanto fez pelo Estado de Israel”, disse Trump em publicação na sua rede social, a Truth Social. “Foram os Estados Unidos da América que salvaram Israel, e agora serão os Estados Unidos da América que salvarão Bibi Netanyahu. ESSA DETURPAÇÃO DA JUSTIÇA NÃO PODE ACONTECER”, escreveu.
O primeiro-ministro israelense, no poder de forma quase ininterrupta desde 2009, agradeceu o apoio, dizendo estar comovido com as palavras de Trump.
O julgamento de Netanyahu começou em 2020, mas foi adiado diversas vezes em razão das guerras travadas por Israel na Faixa de Gaza, no Líbano e agora, contra o Irã. Na quinta (26), a defesa do premiê pediu um novo adiamento, dizendo que o político precisa “dedicar todo seu tempo e energia à gestão dos assuntos nacionais, diplomáticos e de segurança” neste momento.
O líder da oposição em Israel, Yair Lapid, disse que Trump não deveria se intrometer no assunto. “Com todo o respeito e gratidão ao presidente dos EUA, ele não deveria intervir em um processo judicial de um Estado independente”, afirmou. “Minha esperança é que essa seja uma espécie de recompensa a Netanyahu em troca de forçar [o premiê] a fazer um acordo em Gaza e acabar com a guerra”, especulou o político.
Não está claro que ações Trump poderia tomar para auxiliar Netanyahu na Justiça israelense. O presidente americano disse que as acusações contra o premiê são uma caça às bruxas, um termo que ele utilizou frequentemente durante a campanha eleitoral para se referir a acusações contra ele próprio —que foram todas arquivadas ou suspensas quando venceu o pleito e voltou à Casa Branca.
Netanyahu é acusado de aceitar presentes no valor de mais de US$ 260 mil (R$ 1,4 milhão), incluindo artigos de luxo como joias e champanhe, em troca de favores políticos. Também é acusado de tentar negociar uma cobertura mais favorável de seu governo com veículos de comunicação de Israel.
O premiê depôs pela primeira vez em dezembro de 2024. Na ocasião, disse que esperou “oito anos por este momento para dizer a verdade”. “Mas também sou primeiro-ministro”, afirmou. “Estou liderando o país em uma guerra de sete frentes. E acredito que as duas coisas possam ser feitas em paralelo.”