O Departamento de Estado dos Estados Unidos aprovou um financiamento de US$ 30 milhões (R$ 164 milhões) para a Fundação Humanitária de Gaza (FHG), informou o órgão nesta quinta-feira (26). Washington também instou outros países a também destinarem recursos para a entidade que distribui mantimentos na Faixa de Gaza.
“Este apoio é simplesmente a mais recente manifestação da busca pela paz na região por parte do presidente Trump e do secretário Rubio”, disse o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Tommy Pigott.
Essa é a primeira vez em que um aporte financeiro à organização é divulgado publicamente. A entidade iniciou suas operações em 26 de maio, depois de o governo israelense suspender o bloqueio total de ajuda a Gaza, que durou 78 dias. Desde então, a distribuição de comida no território palestino tem sido marcada por críticas, especialmente devido às mortes de palestinos nos arredores dos centros de distribuição por disparos de forças de Israel, que falam em “tiros de advertência”.
Segundo o site Fundraiso, que lista fundações que buscam subsídios, a Fundação Humanitária de Gaza foi criada em fevereiro. De acordo com um documento obtido pelo site de notícias israelense Ynetnews, a organização conta, em seu conselho administrativo, com nomes como Raisa Sheynberg, vice-presidente de relações governamentais da MasterCard, e Jonathan Foster, fundador e diretor-executivo do banco de investimento e consultoria financeira Current Capital Partners LLC, além de Nate Mook, ativista pró-Ucrânia e CEO da World Central Kitchen (WCK), organização que fornece refeições em áreas de conflito e em situações de crises humanitárias e climáticas. A FHG não tem site.
A fundação, registrada na Suíça, atua em quatro pontos de distribuição no sul de Gaza —número insuficiente para alcançar os mais de 2 milhões de pessoas em risco de fome no território palestino, de acordo com críticos. Autoridades israelenses já afirmaram anteriormente que os centros operam com procedimentos de triagem da população, com o suposto objetivo de excluir pessoas que tenham vínculos com o Hamas.
Tel Aviv acusa o grupo terrorista de roubar suprimentos e usá-los para se fortalecer, algo que seus membros negam.
A prática contraria resoluções da Assembleia-Geral da ONU, segundo as quais a ajuda deve se guiar apenas pela necessidade das pessoas afetadas, sem nenhuma distinção religiosa, política ou ideológica.
A FHG diz trabalhar com empresas americanas de segurança e logística para transportar ajuda ao território palestino. Entidades humanitárias e a ONU se recusaram a participar desse esquema de distribuição de ajuda.