O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou nesta quinta-feira (26) que o país teria matado o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, se assim tivesse sido possível durante os 12 dias de conflito entre as nações.
“Acho que, se Khamenei estivesse ao nosso alcance, nós o teríamos eliminado”, disse Katz em entrevista à TV pública israelense Kan.
“Mas Khamenei entendeu isso, escondeu-se bem fundo e cortou contato com os comandantes que substituíram os que foram eliminados. Então, no fim das contas, não era realista”, disse ele. Israel matou vários comandantes e cientistas nucleares iranianos durante o conflito.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriram em várias ocasiões durante a guerra aérea que a vida de Khamenei poderia estar em perigo, já que o conflito, que terminou com um cessar-fogo mediado pelos EUA na terça-feira (24), poderia resultar em uma mudança de regime.
A fala do ministro ocorre após Trump ter afirmado, na quarta (25), que Washington deve retomar os diálogos com o regime do Irã na semana que vem e que “talvez assine um acordo” sobre o programa nuclear de Teerã, embora tenha minimizado a necessidade de novas negociações após os bombardeios americanos contra as instalações de Fordow, Natanz e Isfahan.
Durante a cúpula da Otan, a aliança militar ocidental liderada pelos EUA, o americano disse ainda que poderia obter dos iranianos “uma declaração de que eles não vão se tornar uma potência nuclear” e comparou a ofensiva de seu país à destruição provocada pelas bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), argumentando que a ação encerrou o conflito entre Israel e Irã.
“Se não tivéssemos destruído [as instalações nucleares], eles [iranianos] estariam lutando agora”, afirmou Trump em Haia, na Holanda.
Mesmo com o cessar-fogo entre Israel e Irã, o Exército israelense avalia que o programa nuclear e de mísseis iraniano sofreu um retrocesso, mas não foi destruído, e que a guerra contra a teocracia, portanto, não acabou. As forças militares afirmaram que o foco volta a ser o combate ao Hamas na Faixa de Gaza.
A avaliação foi feita pelo principal militar do país, Eyal Zamir, o chefe do Estado-Maior. Ele se encontrou com os integrantes do colegiado para fazer uma avaliação dos 12 dias da campanha iniciada pelo governo de Netanyahu contra Teerã.