A personal trainer Taíssa Batista Tucci, de 30 anos, denunciou que foi vítima de assédio e importunação sexual por parte de tripulantes durante um voo da companhia aérea angolana TAAG Airlines. Nas redes sociais, a brasileira relatou neste sábado (9) que tem sofrido com comentários “maldosos” depois da denúncia.
O que aconteceu?
Taíssa afirma ter sido vítima de assédio e importunação sexual por parte de tripulantes da companhia aérea angolana TAAG Airlines declarou. O caso aconteceu no dia 3 de agosto, em um voo de Luanda para São Paulo.
“As luzes estavam baixas e as pessoas dormiam. A equipe de comissários estava perto do banheiro do fundo. Eram três homens e uma mulher”, contou Taíssa Batista Tucci, de 30 anos, nas redes sociais, segundo o portal g1.
A personal trainer disse que pediu licença e passou entre os tripulantes para ir ao banheiro. Quando voltava para o assento, foi abordada por um deles.
“Ele disse que ‘o amigo de trabalho’ estava falando o quanto eu era bonita. Perguntaram se eu era casada, respondi que sim, e disseram: ‘Que pena para o seu marido’. Quando respondi dizendo que era sorte dele, ouvi: ‘Pena que ele precisa dividir’. Rebati dizendo que isso jamais aconteceria. Em seguida, outro disse que, no Brasil, havia uma coisa de que eles não gostavam: a Lei Maria da Penha”, relatou.
A brasileira contou que se sentiu intimidada e, diante de outras “situações constrangedoras” que já havia vivido, não conseguiu “responder”. “Estava com medo, frágil e impotente”, disse.
“Voltei para o meu assento e comecei a chorar. Eu estava frustrada como mulher, estava exposta. Ali eu era vítima de uma cultura do estupro e não tinha ninguém para me ajudar. Até mesmo a comissária que estava perto deles era uma vítima. Imagina conviver com esse tipo de situação diariamente?”, questionou.
A vítima procurou a polícia, enviou uma denúncia à TAAG e também relatou o caso nas redes sociais.
A investigação passou para a responsabilidade da Polícia Federal.
Após a denúncia, a TAAG Airlines respondeu à brasileira e lamentou “profundamente o ocorrido”, pedindo desculpas “pela situação extremamente desconfortável e inaceitável durante o voo”, ressaltando que o “ambiente a bordo deve ser, acima de tudo, seguro e respeitoso para todos os passageiros, independentemente do gênero ou de qualquer outra condição”.
Além disso, a companhia afirmou que encaminhou a “denúncia para as autoridades aéreas competentes e que tomará todas as medidas necessárias para garantir que situações como essa não se repitam”. Ao g1, a empresa confirmou que abriu uma investigação.
Neste sábado, no entanto, Taíssa voltou às redes sociais para denunciar as críticas e comentários negativos que recebeu após relatar o ocorrido.
“Hoje eu entendo exatamente por que tantas mulheres não conseguem falar sobre quando passam por situações como essas ou até piores, porque é muita coisa para lidar. E é difícil. Estou sentindo isso na pele. E me desculpem se um dia vi uma situação e falei que agiria diferente”, declarou no Instagram.
“E, para todos os comentários maldosos, digo que não há nenhum mérito para uma mulher expor uma situação como essa. Pelo contrário, é muito difícil, porque não são apenas as críticas, os julgamentos e os comentários maldosos de vocês. É o nosso próprio julgamento diante do que passamos, diante do que deveríamos ter feito ou deixado de fazer. O nosso julgamento pela nossa fragilidade”, acrescentou.
Embora reconheça que as mulheres são “fortes”, lamenta ter se sentido “frágil” e “indefesa” por não ter conseguido “se defender”.
Por outro lado, Taíssa agradeceu o apoio que recebeu, inclusive da Câmara de Comércio, Turismo, Indústria, Ciência, Tecnologia e Cultura Brasil–Angola.
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