Passageiros do Rio enfrentam superlotação e insegurança no transporte
Não é fácil a rotina de milhares de passageiros da cidade do Rio de Janeiro que usam diariamente o transporte público. Não bastassem a superlotação e a má conservação, esses usuários também enfrentam o medo de assaltos e atrasos tanto nos trens quanto nos ônibus, barcas e metrô.
Nos horários de pico, os problemas são ainda maiores, comprometendo a mobilidade urbana e afetando a qualidade de vida de trabalhadores, idosos e pessoas com deficiência, que dependem do transporte público em seus deslocamentos.
Mônica Regina dos Santos, de 21 anos, mora em Realengo, zona oeste carioca, e trabalha em uma loja no centro da cidade. São 73 quilômetros para ir e voltar, trajeto que faz de ônibus e metrô, de segunda a sábado, nos horários de pico.
“É muito lotado, sempre vem um espremidO, é muito cheio, entendeu? E mais um horário que eu pego, que eu pego no horário de 6 horas, o metrô, então ele sempre vem muito cheio. Tanto o ônibus para vir até ao metrô, como dentro do metrô mesmo até aqui na Carioca, ele vem sempre muito cheio. A volta é a mesma coisa, nunca vou sentada, sempre vou em pé.”
Voldoney da Silva, de 61 anos, trabalha com serviços gerais, também no centro. Morador de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ele usa o trem e, além da superlotação, reclama da insegurança…
“Pego o trem em Duque de Caxias, geralmente ele vem cheio, às vezes a gente vem em pé, empurra a porra, é meio complicado para a gente, a gente chega em casa tá até muito cansado. E na maioria da às vezes, acontece do trem também atrasar. Aí a gente tem que ou esperar outro, pegar o ônibus e aí a gente chega totalmente cansado em casa. Às vezes, na própria estação eu já presenciei assalto. Quando o trem sai, eles puxam celulares.”
Outra moradora da Baixada e usuária do metrô, Glória Neves de Souza, de 75 anos, sai de casa às 4 horas da manhã para não chegar atrasada ao escritório em que trabalha, no centro do Rio.
“Só tem um ônibus só para levar até Pavuna, solto desse ônibus, pego o metrô, mas só Deus para entrar no metrô. Não vê nem o chão do metrô. É entupido e não tem ninguém, ninguém que dê lugar para idoso nem para mulher grávida, mas de jeito nenhum.”
Difícil também para a artesã Roberta Rodrigues, de 38 anos. Ela é autista, tem insuficiência renal e usa um cordão de girassol, que a identifica como pessoa com deficiência.
“Eu tava no metrô e uma senhora olhou para mim e perguntou se eu sabia ler, porque aquele lugar ali era dela, porque ela era idosa. Aí eu apontei para o meu colar e falei que aquele lugar também era meu. E de repente ela olhou para a moça do lado, fez um sinal com a mão como se eu fosse louca, falou assim: ‘Ah, acho que ela é daquelas pessoas que tem probleminhas’. E muitas vezes eu entro num ônibus cheio ou no próprio metrô e as pessoas não dão lugar.”
Pesquisas apontam que situações como essas são gatilhos para quadros de ansiedade, crises de pânico e outros transtornos mentais.No Departamento de Psicologia Clínica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a professora Laura Quadros acompanha a rotina de estudantes e trabalhadores e diz que muitos deles têm o rendimento prejudicado pela submissão frequente ao estresse nos transportes públicos.
“Esse rendimento tempo, afeta o humor, que acho que é uma coisa muito importante também. Esse tempo em que ele fica ali, né, se deslocando em alta tensão, é um tempo, né, em que muitos sentimentos negativos também podem se instaurar. Então, ele já não chega com a mesma disposição pro seu trabalho, né? E nem sempre ele pode expressar isso. Então, ele vai acumulando esses sentimentos, né? E muitas vezes você desemboca na pouca disponibilidade, né, para a família, para si própria, desenvolver práticas aí de auto cuidado, né?”
Para aliviar o estresse nas viagens de barca de Niterói para o Rio, um grupo de estudantes do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal Fluminense aproveita o tempo — que é de 20 minutos — para almoçar e colocar o papo em dia, como relata Agnes Vazei.
“E a gente tem esse momento para almoçar, porque eu tenho que chegar no escritório trabalhando e assim, ao mesmo tempo tem seus pontos negativos, de ser um pouco mais corrido, também é muito positivo, que é o momento que a gente tá aqui conversando e saindo um pouco da rotina, né? que a gente vê que é mais estressante, então esse momento de relaxamento aqui.”
A SuperVia, que opera os trens urbanos interligando a capital e 12 municípios da região metropolitana, informou que tem mais de 2 mil funcionários trabalhando diariamente para atender cada vez melhor os cerca de 320 mil passageiros.
O MetrôRio, que transporta em média 625 mil pessoas por dia, disse que possui um Centro de Controle Operacional que centraliza as informações e decisões, tanto em situações rotineiras quanto em momentos de crise.
O RioÔnibus não respondeu aos questionamentos sobre as ações para aperfeiçoar o atendimento aos usuários.
A frase foi dita em entrevista ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), no centro da capital paulista, durante apresentação de 100 motocicletas, da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar, equipadas com câmeras capazes de ler placas de outros veículos
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