O primeiro-vice-presidente do Irã, Mohammad Reza Aref, afirmou nesta segunda-feira (18) que uma nova guerra com Israel pode recomeçar a qualquer momento.
O pronunciamento foi feito pouco mais de dois meses após os dois países do Oriente Médio entrarem em conflito, com envolvimento direto dos Estados Unidos, que bombardearam as principais instalações do programa nuclear de Teerã.
“Devemos estar preparados a todo momento para o confronto”, afirmou Aref.
“Hoje, não estamos nem em uma situação de cessar-fogo, o que temos é um fim das hostilidades”, continuou o primeiro-vice-presidente, em referência ao frágil acordo costurado pelos EUA após os 12 dias de guerra.
Israel iniciou o conflito em 13 de junho, atacando instalações nucleares iranianas e matando comandantes militares de alto escalão e civis, no pior golpe contra o Irã desde a guerra com o Iraque, nos anos 1980.
O Irã respondeu com disparos de mísseis e lançamentos de drones contra Israel. O presidente Donald Trump decidiu bombardear as instalações nucleares do país, e Teerã atacou a base americana mais importante do Oriente Médio, no Qatar.
Com mediação dos EUA, Israel e Irã anunciaram um frágil cessar-fogo em 23 de junho.
O Irã “prepara planos para o pior”, disse anteriormente Yahya Rahim Safavi, conselheiro militar do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, ao jornal Shargh.
Desde o cessar-fogo, responsáveis e comandantes militares iranianos afirmam que o país está pronto para um novo confronto, sem buscar a guerra.
Teerã nega que esteja buscando uma arma nuclear e afirma que seu programa tem apenas fins civis, mas a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirma que o Irã enriquece urânio a 60% —nível próximo dos 90% necessários para produzir uma bomba atômica e muito acima dos 3,67% exigidos para geração de energia em usinas comerciais.