A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta terça-feira (19) que não há um acordo com a DEA, a agência antidrogas dos Estados Unidos, para participar de um projeto contra operadores que controlam as rotas do narcotráfico na fronteira com o vizinho do norte.
Na véspera, um comunicado da agência afirmou que o México colabora em um projeto chamado Portero. “A DEA está tomando medidas decisivas para enfrentar os cartéis que estão assassinando americanos com fentanil e outros venenos”, disse o administrador da DEA, Terrance Cole, segundo a nota.
“O programa reúne investigadores mexicanos com autoridades policiais, promotores, autoridades de defesa e membros da comunidade de inteligência dos EUA. Ao longo de várias semanas, os participantes identificarão alvos conjuntos, desenvolverão estratégias coordenadas de execução e fortalecerão o intercâmbio de inteligência”, completa o comunicado.
A presidente mexicana, porém, negou o anúncio. “Não há nenhum acordo com a DEA”, disse, em sua conferência matinal. De acordo com ela, o único pacto com a entidade foi um treinamento de policiais mexicanos no Texas. Outro acordo, também em relação a segurança, está prestes a ser concluído com o Departamento de Estado.
“Qualquer comunicação conjunta é feita de maneira conjunta. Nós não validamos algo que seja emitido por parte de uma instituição do governo dos EUA que não tenha consultado o governo do México”, disse a presidente.
O presidente americano, Donald Trump, tem ameaçado o México e o Canadá com tarifas. Uma das maiores reclamações de Trump é que seus vizinhos e parceiros comerciais no T-MEC não estariam fazendo o suficiente para deter o tráfico de migrantes e de drogas, especialmente o letal fentanil, para os EUA.
Após assumir, o republicano declarou emergência na fronteira de 3.100 quilômetros com o México e ordenou o destacamento de cerca de 9.600 militares. Já o governo de Sheinbaum multiplicou as apreensões de drogas, destacou 10 mil soldados na fronteira e entregou em fevereiro passado 29 líderes de cartéis à Justiça americana.