Nesta quarta-feira, o Escritório de Direitos Humanos da ONU nos Territórios Palestinos advertiu que a decisão de Israel de assumir o controle total da Cidade de Gaza e deslocar à força sua população levará a massacres de civis e à destruição de infraestrutura essencial.
Ao expressar preocupação com meios de sobrevivência da população, a entidade aponta a repetição do uso de métodos e meios de guerra que já levaram a massacres.
Os efeitos das ações militares incluem ferimentos graves, deslocamentos forçados, detenções arbitrárias, fome e vasta destruição, que já aconteceram no norte de Gaza e em Rafah.
© Unicef/Mohammed Nateel
Ocha disse que continuam sendo recebidos relatos extremamente preocupantes de pessoas em busca de ajuda sendo mortas e feridas
A área de Az Zaytoun está entre os locais onde o Exército israelense intensificou seus ataques no leste e no sul da Cidade de Gaza. Operações aéreas intensas, bombardeios de artilharia e tiros causaram “um alto número de vítimas civis e a destruição em larga escala de prédios residenciais e instalações públicas”.
A informação recolhida pelo escritório revela que no meio das centenas de famílias forçadas a fugir estão muitas crianças, pessoas com deficiência e idosos. Elas não têm agora para onde ir, vivendo sob “condições humanitárias terríveis”.
Os relatos recolhidos nas áreas afetadas revelam que outros menores continuam presos, completamente isolados de alimentos, água e medicamentos.
Nas últimas duas semanas foram registrados 54 ataques a prédios residenciais e quarteirões inteiros na Cidade de Gaza. Nesses atos teriam morrido pelo menos 87 palestinos, incluindo até 25 crianças, 24 homens e 12 mulheres.
As vítimas fatais incluem “famílias inteiras” mortas em ataques a abrigos de deslocados internos, incluindo tendas e escolas. Os atos resultaram na morte de pelo menos 14 palestinos.
Para o escritório, esses números representam apenas uma parte do número real de vítimas devido à subnotificação num cenário que aponta que “a destruição sistemática da Cidade de Gaza já está em andamento”.
© Unicef/Mohammed Nateel
Nas últimas duas semanas foram registrados 54 ataques a prédios residenciais e quarteirões inteiros na Cidade de Gaza
Em nota separada, o Escritório de Assistência Humanitária, Ocha, relata que a população de Gaza está profundamente preocupada com o potencial impacto de uma expansão das operações militares na cidade de Gaza. A entidade da ONU reitera que não “participará de nenhum deslocamento forçado da população”.
A nota ressalta que civis em fuga devem ser protegidos e ter suas necessidades essenciais atendidas, e ter a possibilidade de retornar voluntariamente quando a situação permitir.
O Ocha disse que continuam sendo recebidos relatos extremamente preocupantes de pessoas em busca de ajuda sendo mortas e feridas.
Antes, a Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou um apelo às autoridades israelenses em favor da libertação imediata de um trabalhador da representação da agência nos territórios palestinos. Ele foi detido em Gaza.
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