Um dia após Moscou atingir uma fábrica de eletrônicos americana na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou empolgação nesta sexta-feira (22) ao exibir uma foto enviada por seu homólogo russo, Vladimir Putin, dos dois líderes em uma cúpula no Alasca para discutir o conflito.
Inicialmente, a entrevista coletiva era sobre a Copa do Mundo de 2026, que acontecerá nos EUA, no Canadá e no México e na qual o republicano parece esperar o presidente russo. Putin tem limitado suas viagens devido a um mandado de prisão do TPI (Tribunal Penal Internacional) que o impede de ir a 123 países que são membros da corte —grupo que não inclui os EUA.
“Acabei de receber uma foto de alguém que quer muito estar lá”, disse Trump a jornalistas na Casa Branca antes de mostrar a imagem. “Ele tem sido muito respeitoso comigo e com o nosso país, mas não tão respeitoso com os outros.”
“É um homem chamado Vladimir Putin, que acredito que virá, dependendo do que acontecer. Ele pode vir ou não, dependendo do que acontecer. Temos muitas coisas acontecendo nas próximas semanas”, disse, ao erguer a foto e elogiar o russo. “Achei que era uma foto bonita dele. Boa da minha parte, mas simpática da parte dele. Então foi muito legal que me enviaram.”
O republicano, que vestia um boné vermelho com os dizeres “Trump estava certo sobre tudo”, afirmou que pretendia autografar a foto e enviá-la de volta ao Kremlin.
Questionado sobre o bombardeio à empresa americana Flex, que, segundo o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, não produzia materiais bélicos, Trump afirmou não estar “nada feliz”. “Vamos ver o que acontece. Acho que nas próximas duas semanas, vamos descobrir para onde isso vai. E é melhor eu ficar muito feliz”, afirmou.
Ameaças do tipo vindas de Trump vem perdendo força —nesta sexta, ele deu duas semanas para Putin e Zelenski marcarem uma reunião para discutir um cessar-fogo antes de impôr “sanções maciças” ou “fazer nada, pois a briga é de vocês”, nas suas palavras.
Antes disso, no começo do mês, ele ignorou o fim do prazo que ele mesmo havia dado a Putin para uma trégua na Guerra da Ucrânia, e anunciou uma cúpula com o russo no Alasca, que ocorreu na semana passada. Após o encontro, o republicano abandonou a exigência de um cessar-fogo imediato e voltou a falar na partilha da Ucrânia.