Na contramão do sul da Europa, Berlim corteja turistas – 24/08/2025 – Mundo

Na contramão do sul da Europa, Berlim corteja turistas -


Enquanto populares cidades da Europa se mostram esgotadas pela quantidade de visitantes que recebem, Berlim vem se apresentando como um destino sem grandes multidões, ondas de calor escaldante e protestos antiturismo que causam problemas em outros lugares.

A capital da Alemanha está promovendo sua cena artística de vanguarda, seus palácios prussianos e as famosas boates de música eletrônica para impulsionar um setor turístico que ficou para trás em relação ao boom pós-pandemia observado em outras partes do continente.

“Realmente não temos problemas com o turismo excessivo”, diz Christian Taenzler, porta-voz do conselho de turismo VisitBerlin. “A cidade é grande, e as pessoas se espalham. Especialmente no verão, quando os moradores estão viajando, há bastante espaço.”

Lar de aproximadamente 4 milhões de habitantes, Berlim atraiu 5,9 milhões de visitantes no primeiro semestre do ano, representando 13,9 milhões de pernoites, de acordo com o escritório de estatísticas Berlin-Brandenburg —uma queda de 1,8% e 2,9%, respectivamente, em relação ao ano anterior.

A ocupação hoteleira atingiu uma média de 52,8% no mesmo período, ficando atrás dos 65% de Madri e dos 79% de Paris, cidades onde o turismo se recuperou mais rapidamente desde a pandemia de Covid-19. Em 2019, antes da emergência sanitária, Berlim atraiu quase 14 milhões de turistas, com 34 milhões de pernoites.

Em termos de retorno econômico, o turismo correspondeu a 4,6% do que Berlim produziu em 2023, incluindo efeitos indiretos, de acordo com estimativas de um estudo da consultora DIW Econ. Para comparação, o turismo representa cerca de 14% da economia local em Paris e Roma, e 8% em Madri.

Em geral, Berlim depende mais de turistas alemães, normalmente mais preocupados com os custos da viagem do que estrangeiros. Enquanto isso, as chegadas internacionais caíram 4,7% no primeiro semestre.

A crise climática, no entanto, pode mudar isso. Algumas agências de turismo esperam que os efeitos do aquecimento global desloquem a demanda de turismo para o norte nos próximos anos. Um estudo do Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia descobriu que as ondas de calor estão tornando os destinos do sul menos atraentes no pico do verão.

“Embora esse tema possa emergir nos próximos anos, há poucas evidências disso até o momento”, diz o economista europeu da Capital Economics Adrian Prettejohn, observando que até o momento houve apenas uma mudança para a baixa temporada.

Para Taenzler, porém, as temperaturas máximas de 25°C no verão que Berlim costuma registrar devem atrair turistas que buscam climas mais frescos. “Somos uma cidade muito verde, com muitas opções de água e natação e muita sombra. Acho que isso ganhará importância no futuro”, diz o porta-voz do VisitBerlin.

Dados do setor atribuem o crescimento lento de visitantes internacionais, em parte, ao novo aeroporto de Berlim, inaugurado em 2020. Em 2024, o número de passageiros no terminal aéreo aumentou 10,4%, para 25,5 milhões, bem abaixo dos 35,7 milhões movimentados pelos antigos aeroportos de Tegel e Schoenefeld combinados em 2019.

“A recuperação no volume de passageiros é de pouco menos de 85% na Alemanha”, diz Ralph Beisel, chefe da associação de aeroportos ADV.

A companhia aérea de baixo custo Ryanair anunciou em agosto do ano passado que cortaria os voos no Aeroporto de Berlim em 20%. O presidente-executivo da empresa, Eddie Wilson, reclamou repetidamente dos impostos, observando que o terminal aéreo tem capacidade para 50 milhões de passageiros.

Apesar das tarifas aéreas mais altas, restaurantes, hotéis e atrações de Berlim permanecem relativamente acessíveis. “Os preços em Berlim são absolutamente moderados”, diz Jan Philipp Bubinger, sócio-gerente do restaurante Staendige Vertretung.

Alguns atribuem os números decepcionantes de turistas em Berlim a meses de manchetes negativas sobre cortes no setor cultural, tradicionalmente um de seus maiores atrativos —o governo quer cortar cerca de 130 milhões de euros (quase R$ 828 milhões) do orçamento da cultura para 2025.

“O que está sendo feito aqui é um orçamento catastrófico”, afirma o deputado do Partido Verde Julian Schwarze. “Se ficar a impressão de que a cultura está se perdendo, então as pessoas vão se poupar de uma viagem a Berlim.”



Fonte CNN BRASIL

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