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O Fundo Monetário Internacional, FMI, concluiu uma visita ao Panamá afirmando que a nação latino-americana deve seguir crescendo este ano após introduzir medidas e reformas que tendem a fortalecer a economia.
O órgão acredita que a implementação integral do plano de redução de gastos aprovado pelo governo tornaria a meta fiscal deste ano alcançável.
O Panamá também promove a reforma da previdência, elogiada pelo Fundo. Os dados resultam da conclusão da consulta do Artigo 4, que inclui uma série de discussões fiscais e monetárias avaliando potenciais riscos.
No ano passado, o crescimento do Produto Interno Bruto, PIB, desacelerou após o fechamento da mina de cobre Cobre Panamá chegando a 2,9%, após uma performance de 7,3% no ano anterior. A mina era responsável, direta e indiretamente, por cerca de 5% do PIB e 2% do emprego do país.
As pressões inflacionárias do pós-pandemia diminuíram e a inflação se tornou negativa caindo para -0,2% em relação ao ano anterior no final de 2024 e, em seguida, para -0,7% em relação ao ano anterior em maio de 2025.
Em 2023, o desemprego subiu de 7,4% em agosto para 9,5% em outubro passado.
O crescimento do PIB não relacionado à mineração acelerou ao longo de 2024, à medida que o setor de serviços continuou seu boom pós-pandemia.
O Panamá também está investindo em medidas de combate à seca que entre 2023 e 2024 levou a sérias restrições de trânsito no Canal do Panamá causadas pelo fenômeno climático El Niño.
A passagem marítima liga os Oceanos Atlântico e Pacífico e facilita 6% do comércio marítimo global. Cerca de 13 mil navios atravessam as águas do Canal do Panamá todos os anos, transportando mais de 500 mil toneladas de carga. A seca causou uma redução de um terço do tráfego.
Para melhorar a resiliência do Canal, o país implementa o Projeto do Reservatório do Rio Índio, de US$ 1,6 bilhão, criando um terceiro reservatório de 1,25 bilhão de metros cúbicos que fornecerá um abastecimento de água doce estável e confiável, inclusive em períodos de seca, melhorando o armazenamento, a distribuição e o reuso da água. Espera-se que permita que o Canal mantenha os habituais 36 a 38 trânsitos por dia durante as secas.
O Canal do Panamá conecta os oceanos Atlântico e Pacífico e facilita 6% do comércio marítimo global
O Canal não está localizado no nível do mar como o Canal de Suez. Ele opera através de um sistema de eclusas que eleva e abaixa embarcações conforme elas navegam em diferentes elevações, e as eclusas são preenchidas com água de dois grandes reservatórios artificiais, o Lago Gatún e o menor Lago Alajuela.
Entre 2000 e 2024, o Panamá investiu aproximadamente US$ 5 bilhões na operação e desenvolvimento do Canal. As restrições de navegação foram gradualmente suspensas a partir de abril de 2024, com o início da estação chuvosa. Em setembro de 2024, ao completar 110 anos, o Canal voltou a operar em plena capacidade.
Em meados deste mês, o Conselho de Segurança da ONU debateu o tema da navegação marítima e ouviu o CEO da Autoridade do Canal do Panamá, Ricaurte Vásquez Morales, sobre a operação de um dos corredores marítimos mais importantes do mundo.
Ele lembrou que o canal é “regido por um tratado internacional que salvaguarda a igualdade de acesso a todas as nações em tempos de paz ou guerra, o que permite que um pequeno país contribua com estabilidade para o comércio global”.
Vásquez Morales também enfatizou a necessidade de abordar as mudanças climáticas e contou que o Canal do Panamá ostenta tecnologias que fortalecem a resiliência climática.
