A Guatemala está pronta e disposta a receber cerca de 150 menores desacompanhados por semana, de todas as idades, vindos dos Estados Unidos, afirmou o presidente do país, Bernardo Arévalo, nesta segunda-feira (1º), um dia após uma juíza federal dos Estados Unidos interromper a deportação de dez crianças guatemaltecas.
O governo de Donald Trump afirmou em um documento judicial nesta segunda-feira que as dez crianças, que já haviam embarcado em aviões quando o tribunal respondeu a um recurso emergencial antes do amanhecer, foram posteriormente devolvidas a abrigos administrados pelo Escritório de Reassentamento de Refugiados.
Arévalo disse a jornalistas na Cidade da Guatemala que seu governo tem coordenado com os EUA para receber os menores desacompanhados.
“Mas a decisão de enviá-los, o número e o ritmo é uma decisão que cabe ao governo americano, e como podem ver, há atualmente uma disputa legal”, disse ele.
Advogados das crianças, com idades entre 10 e 17 anos, argumentaram em documentos judiciais que as deportações seriam uma “clara violação das proteções inequívocas que o Congresso lhes proporcionou como crianças vulneráveis”. Eles também afirmaram que as crianças poderiam enfrentar perigo e abuso se fossem devolvidas à Guatemala.
A ordem da juíza federal Sparkle Sooknanan suspendendo a deportação das crianças aplica-se por 14 dias enquanto o caso estiver pendente. Ela abrange potencialmente centenas de menores guatemaltecos desacompanhados que estão sob custódia dos EUA após cruzarem a fronteira sul.
Trump retornou à Casa Branca em janeiro com a promessa de deportar mais migrantes do que seus antecessores. Tribunais descobriram que pelo menos alguns de seus esforços acelerados de deportação violam direitos constitucionais ao devido processo legal.
As crianças haviam cruzado para os EUA desacompanhadas de seus pais ou responsáveis, em muitos casos para ficar com parentes já no país, e têm por lei direito a proteções reforçadas enquanto seus pedidos de asilo e outros processos de imigração são processados.