O Itamaraty divulgou nesta terça-feira (9) uma nota condenando o ataque a tiros em Jerusalém que matou seis pessoas, mas sem citar que se tratou de um ato terrorista cometido por dois palestinos da Cisjordânia —o Hamas reivindicou a autoria pouco depois da divulgação do comunicado da chancelaria brasileira. O atentado ocorreu na segunda-feira (8) em um ponto de ônibus da cidade.
“O governo brasileiro condena o ataque a tiros realizado ontem nas proximidades do assentamento de Ramot, em Jerusalém Oriental, que provocou seis mortes e diversos feridos”, diz o texto.
“Ao transmitir condolências aos familiares das vítimas e ao povo israelense, o Brasil manifesta seu repúdio a atos de violência de qualquer natureza, e reafirma sua convicção de que a paz na região somente será possível mediante uma solução política”, segue a nota.
Brasília e Tel Aviv vivem período de rusga diplomática, e Lula foi declarado persona non grata por Israel.
No mês passado, o governo de Israel retirou a indicação para ter um novo embaixador em Brasília após um impasse provocado pela decisão do governo Lula de segurar o aval ao nome do diplomata Gali Dagan para o posto.
Os governos de Argentina e Chile também condenaram o episódio, descrevendo-o como um ato terrorista. Javier Milei, que tem buscado uma aproximação com Tel Aviv, publicou ainda na segunda uma nota afirmando que “condena energeticamente o brutal ataque terrorista”.
A única mulher entre os mortos, Sara Mendelson, tinha cidadania argentina. A nota do governo argentino afirma ainda que o país reitera sua mais absoluta rejeição e repúdio a toda manifestação de terrorismo e violência” e “reafirma seu firme compromisso na luta contra o antissemitismo”.
O Chile, governado pelo presidente de esquerda Gabriel Boric, afirmou em nota que “expressa sua mais enérgica condenação ao atentado”. “Trata-se de um ato condenável que evidencia a imperiosa necessidade de restabelecer a paz e a segurança na região”, diz o comunicado.
Já a Colômbia, que cortou relações diplomáticas com Israel, e o Uruguai não se manifestaram até a última atualização deste texto.