O presidente americano, Donald Trump, ameaçou revogar a licença de emissoras de televisão que se posicionarem contra ele. A declaração foi feita nesta quinta-feira, um dia depois da suspensão do talk-show de Jimmy Kimmel, um dos mais populares dos Estados Unidos.
“Li em algum lugar que as emissoras estavam 97% contra mim novamente, 97% negativas, e mesmo assim eu venci [as eleições], e com facilidade. Acho que talvez a licença delas devesse ser retirada. Caberá a Brendan Carr [presidente da Comissão Federal de Comunicações] decidir”, afirmou Trump.
O republicano já havia feito uma declaração semelhante no mês de agosto. Em uma publicação na rede social Truth Social, ele ameaçou as redes de televisão ABC —responsável pelo programa Jimmy Kimmel Live!— e NBC. Trump afirmou que muitos estariam pedindo pela revogação de suas licenças.
“As fake news da ABC e da NBC, duas das piores e mais tendenciosas emissoras da história, me rendem 97% de notícias ruins. Se for esse o caso, elas são simplesmente um braço do Partido Democrata e deveriam, segundo muitos, ter suas licenças revogadas pela FCC [Comissão Federal de Comunicações]. Eu seria totalmente a favor disso, porque elas são tão tendenciosas e mentirosas. Uma ameaça real à nossa democracia”, disse ele em sua publicação.
Trump tem feito diferentes ataques à imprensa nos últimos meses. Ele pediu indenizações bilionárias ao New York Times e ao Wall Street Journal em função de reportagens que o relacionavam a polêmicas como o caso de Jeffrey Epstein —amigo de Trump que foi acusado de operar uma rede de exploração sexual.
A ex-vice presidente Kamala Harris, que disputou o cargo com Trump nas últimas eleições, afirmou no X. “O que estamos testemunhando é um abuso de poder flagrante. Este governo está atacando críticos e usando o medo como arma para silenciar qualquer um que se manifeste. Corporações de mídia —de redes de televisão a jornais— estão se rendendo diante dessas ameaças. Não podemos ousar ficar em silêncio ou complacentes diante desse ataque frontal à liberdade de expressão. Nós, o povo, merecemos algo melhor.”