Um grupo de 34 deputados federais encaminhou nesta quarta (24) um ofício ao presidente Lula (PT), ao chanceler Mauro Vieira e ao ministro da Defesa, José Múcio, pedindo que o governo brasileiro adote medidas urgentes para proteger os 17 brasileiros que participam da Global Sumud Flotilla.
O movimento internacional tenta furar o bloqueio israelense à Faixa de Gaza levando alimentos, água e medicamentos.
“Não há tempo a perder. A cada hora que se adia uma ação concreta, aumenta o risco de tragédia. Não se trata apenas de proteger vidas brasileiras, trata-se de afirmar o Brasil como nação soberana, solidária e digna de respeito internacional”, diz ofício.
O documento é assinado por nomes como Fernanda Melchionna, Sâmia Bomfim, Glauber Braga, Ivan Valente, Luiza Erundina, Pastor Henrique Vieira, Erika Kokay, Maria do Rosário, Jandira Feghali, entre outros de PSOL, PT, PCdoB, PDT e PSB.
Os parlamentares sugerem inclusive que o Brasil siga o exemplo de Itália e Espanha, que anunciaram nesta semana o envio de embarcações militares para acompanhar a missão. No documento, eles citam a “longa tradição” brasileira na defesa dos direitos humanos e afirmam que a omissão “será lembrada como cumplicidade”.
A flotilha, formada por dezenas de barcos de ativistas de mais de 40 países, já foi alvo de ataques de drones e explosões em águas internacionais, nas proximidades da ilha grega de Creta, segundo relatos de seus organizadores. O mais recente aconteceu nesta semana, como granadas de luz “e cápsulas com líquido fedido, que arde ao contato da pele”, disse o coordenador da delegação brasileira à coluna.
A Global Sumud afirma que os ataques partiram de Israel, que não confirma a autoria. Veja vídeo abaixo:
Entre os brasileiros a bordo estão a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), a vereadora Mariana Conti (PSOL-Campinas), a dirigente do PSOL gaúcho Gabrielle Tolotti, o militante Nicolas Calabrese e o ativista Thiago Ávila.
Israel classifica a flotilha como uma “iniciativa do Hamas” e acusa os ativistas de cumplicidade com o grupo terrorista. O governo também afirma que enviou várias propostas para o “desembarque pacifico” das embarcações em portos próximos à Gaza, para então seguir para cidade sitiada —todas negadas pela flotilha.
Já a ONU (Organização das Nações Unidas) pediu uma investigação independente sobre os ataques sofridos pelas embarcações.