EUA: Promotores são pressionados a investigar George Soros – 26/09/2025 – Mundo

EUA: Promotores são pressionados a investigar George Soros - 26/09/2025


Um funcionário do alto escalão do Departamento de Justiça instruiu mais de meia dúzia de promotorias federais dos EUA a elaborarem planos para investigar um grupo financiado por George Soros, o bilionário doador democrata que o presidente Donald Trump exigiu que fosse preso.

A diretriz elaborada, cuja cópia foi vista pelo The New York Times, chega a listar possíveis acusações que os promotores poderiam apresentar, variando de incêndio criminoso a apoio material ao terrorismo. O memorando sugere que os membros do alto escalão da pasta estão seguindo ordens do presidente para que pessoas ou grupos específicos sejam alvo de investigação criminal —uma grande ruptura com décadas de prática destinadas a proteger o Departamento de Justiça de interferência política.

A medida ocorreu em meio a uma ofensiva acelerada do Departamento de Justiça contra inimigos de Trump nos últimos dias e semanas.

No fim de semana, o presidente instou a secretária de Justiça, Pam Bondi, a agir rapidamente em busca de acusações criminais contra seu antigo inimigo, o ex-diretor do FBI James B. Comey, e contra a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, que processou Trump e suas empresas em centenas de milhões de dólares. Promotores federais no distrito leste da Virgínia apresentaram uma acusação formal contra Comey na quinta-feira (25), e estão investigando separadamente Letitia James.

Trump também voltou recentemente a expor suas queixas contra Soros, há muito tempo um bode expiatório da direita, em parte porque financia causas progressistas. Após o assassinato do ativista de direita Charlie Kirk em Utah neste mês, o presidente ameaçou usar os instrumentos do governo para silenciar manifestantes de esquerda e doadores de grupos progressistas, incluindo Soros.

Soros iniciou sua rede global de doações, hoje conhecida como Open Society Foundations, décadas atrás para financiar iniciativas democráticas em todo o mundo, especialmente em países comunistas e ex-comunistas. Na década de 1990, a organização expandiu seu trabalho para os EUA. Ela concede recursos a grupos que atuam em prol dos direitos humanos, da democracia e da equidade, mas Trump e alguns republicanos afirmam, sem fornecer provas, que se trata de uma rede obscura que promove agitação civil, protestos violentos e destruição de propriedades. Progressistas dizem que essas alegações são falsidades destinadas a sufocar a dissidência.

Na segunda-feira (22), um advogado do gabinete do secretário adjunto, Todd Blanche, emitiu a diretriz para promotorias federais na Califórnia, em Nova York, em Washington D.C., em Chicago, em Detroit e em Maryland, entre outros locais.

O advogado, Aakash Singh, responsável por se comunicar com promotores federais em todo o país, sugeriu uma ampla gama de acusações a serem consideradas contra a Open Society Foundations. Entre as possíveis acusações estavam extorsão, incêndio criminoso, fraude eletrônica e apoio material ao terrorismo, segundo a cópia da diretriz.

Como evidência para tais investigações, Singh apontou um relatório recente de um grupo de vigilância conservador chamado Capital Research Center, que monitora o financiamento de progressistas na política. Ele pediu aos promotores que determinassem se as alegações eram suficientes para justificar a abertura de processos criminais, acrescentando que ele deveriam estar prontos para apresentar seus planos investigativos em breve.

O relatório trouxe uma alegação polêmica, afirmando que o grupo “destinou mais de US$ 80 milhões (R$ 429 milhões) em organizações ligadas ao terrorismo ou à violência extremista”. Citou como exemplo a al-Haq, uma organização palestina de direitos humanos crítica a Israel. O relatório observou que o governo israelense declarou, em 2022, que a al-Haq era uma fachada para atividade terrorista.

Na época, a Open Society Foundations criticou a decisão do governo israelense, dizendo que não se baseava em evidências credíveis e tinha como objetivo desacreditar e silenciar grupos palestinos de direitos humanos.

Questionada sobre o esforço inicial para investigar a fundação de Soros em um evento na Casa Branca na quinta-feira, Pam Bondi respondeu: “Tudo está na mesa neste momento”, recusando-se a comentar mais. Trump disse que Soros seria “um provável candidato” a ser investigado.

Chad Gilmartin, porta-voz do Departamento de Justiça, defendeu a medida. “Este departamento, junto com nossos promotores federais dedicados e trabalhadores, sempre priorizará a segurança pública e investigará organizações que conspiram para cometer atos de violência ou outras violações da lei federal”, disse ele.

Em comunicado, a Open Society Foundations repudiou as acusações como “ataques politicamente motivados à sociedade civil, destinados a silenciar vozes com as quais o governo discorda e a minar o direito constitucional à liberdade de expressão”.

A organização afirmou que seu trabalho nos EUA era “inteiramente dedicado a fortalecer a democracia e defender as liberdades constitucionais”.

Negando financiar terrorismo, o grupo acrescentou: “Nossas atividades são pacíficas e legais.”

Após o assassinato de Kirk neste mês, Trump criticou duramente a “esquerda radical”, destacando a fundação de Soros e pedindo que ele fosse preso. Soros é “um cara mau” que “deveria estar na cadeia”, disse ele à NBC News.

Os comentários ecoaram uma postagem feita por ele nas redes sociais em agosto, quando afirmou que Soros e seu filho, que assumiu papel maior na organização nos últimos anos, deveriam ser acusados de violar a Lei de Organizações Influenciadas e Corruptas, historicamente usada para processar figuras da máfia.

Eles deveriam ser acusados “por seu apoio a protestos violentos e muito mais, em todo os Estados Unidos“, acrescentou Trump.

Na semana passada, a Open Society Foundations juntou-se a mais de cem fundações majoritariamente prograssistas para se defender e condenar a violência política.

“As organizações não devem ser atacadas por cumprir suas missões ou expressar seus valores em apoio às comunidades que atendem”, dizia a carta conjunta. “Rejeitamos tentativas de explorar a violência política para deturpar nosso bom trabalho ou restringir nossas liberdades fundamentais, como a liberdade de expressão e a liberdade de doar.”

Na mesma semana, a família Soros doou US$ 10 milhões a esforços democratas para redesenhar distritos eleitorais na Califórnia, parte de uma disputa nacional pelo controle do Congresso.



Fonte CNN BRASIL

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