A Organização Mundial da Saúde, OMS/Europa, apresentou um novo relatório sobre a migração dos profissionais de saúde na Região Europeia da OMS, com base em dados das Contas Nacionais de Força de Trabalho em Saúde e nove estudos de caso. O documento analisa a mobilidade de médicos e enfermeiros e destaca os principais padrões, fluxos e impactos para os sistemas de saúde.
Entre 2014 e 2023, o número de profissionais estrangeiros qualificados a trabalhar na Europa aumentou 58%. No mesmo período, o de novos médicos triplicou e o de novos enfermeiros quintuplicou, sendo a maioria formada fora da Europa.
O rápido crescimento da mobilidade criou novos desafios para a sustentabilidade da força de trabalho em saúde. Países da Europa Oriental perdem profissionais para países vizinhos, agravando a escassez existente. Já em países da Europa Ocidental, cresce a dependência de médicos e enfermeiros formados no estrangeiro. Na Irlanda, por exemplo, 43% dos médicos e mais de metade dos enfermeiros foram formados fora do país.
A diretora da Divisão de Políticas e Sistemas de Saúde Nacionais da OMS/Europa, Natasha Azzopardi-Muscat, afirma que “a migração dos profissionais de saúde é uma realidade no mercado de trabalho interligado da Europa e deve ser gerida de forma mais justa e sustentável.”
© Unsplash/Ezebunwo Omachi
De acordo com a OMS, muitos enfermeiros formados no exterior aceitam empregos na Europa
A inclusão de estudos de caso no relatório permite demonstrar diferentes padrões de migração, desafios e oportunidades, bem como lacunas de dados que precisam de ser colmatadas para fundamentar políticas eficazes.
Exemplifica também casos de sucesso. A Roménia conseguiu reduzir a migração de médicos nos últimos anos, ao aumentar salários e condições de trabalho. Da mesma forma, a Irlanda abriu mais vagas para a formação de estudantes nacionais, numa tentativa de se tornar autossuficiente.
A agência defende estratégias de retenção, melhor planeamento da força de trabalho, financiamento a longo prazo e reformas educativas.
Segundo Tomas Zapata, Conselheiro Regional da OMS/Europa para a Força de Trabalho em Saúde e Prestação de Serviços, é essencial apoiar os governos na “implementação de estratégias de retenção, melhor capacidade de planeamento, estratégias de financiamento a longo prazo e reformas educativas.”
A Dra. Azzopardi-Muscat acrescenta que “os países podem aprender com as experiências uns dos outros” e reforça que a mobilidade deve ser gerida com base em princípios de equidade e sustentabilidade.
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