Otan avisa Rússia que está pronta para abater aviões – 26/09/2025 – Mundo

Otan avisa Rússia que está pronta para abater aviões -


Diplomatas europeus alertaram a Rússia nesta semana de que a Otan está pronta para responder a novas violações de seu espaço aéreo com força total, inclusive abatendo aviões, de acordo com funcionários familiarizados com a troca de informações.

Em uma reunião tensa em Moscou, enviados do Reino Unido, da França e da Alemanha expressaram suas preocupações sobre uma incursão de três caças MiG-31 sobre a Estônia na semana passada, segundo as autoridades, que falaram sob condição de anonimato, já que as conversas ocorreram a portas fechadas. Após a reunião, eles concluíram que a violação havia sido uma tática deliberada ordenada pelos comandantes russos.

Questionado sobre os alertas, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse: “Nem quero falar sobre isso, porque é uma declaração muito irresponsável”, informou a agência estatal Tass nesta sexta-feira (26).

Respondendo a uma pergunta sobre a reportagem da Bloomberg, Peskov reiterou a posição da Rússia de que nenhuma evidência confirmou violações do espaço aéreo.

Os membros da Otan no leste da Europa enfrentaram uma série de violações neste mês que representaram um teste sem precedentes à determinação da aliança, em um momento em que Vladimir Putin intensifica ataques à infraestrutura civil da Ucrânia e o apoio dos Estados Unidos a Kiev diminui.

O Reino Unido está pronto para defender de forma robusta nosso espaço aéreo contra qualquer incursão, disse um porta-voz do governo.

O presidente Donald Trump instou esta semana a Ucrânia a reconquistar todo o território capturado pela Rússia “com o apoio da União Europeia” e definiu o papel dos EUA como a venda de armas que os aliados poderiam enviar para o campo de batalha.

O relato da reunião em Moscou mostra que Putin recebeu uma advertência mais contundente sobre a enxurrada de jatos e drones nos céus do Leste Europeu e oferece uma visão sobre a política de risco entre os dois lados.

Durante as negociações, um diplomata russo disse aos europeus que as incursões foram uma resposta aos ataques ucranianos à Crimeia, de acordo com as autoridades. O Kremlin afirmou que essas operações não seriam possíveis sem o apoio da Otan e, como resultado, a Rússia considera que já está engajada em uma confrontação que inclui nações europeias.

O lado russo tomou notas extensas durante a conversa, disseram as autoridades, levando a equipe europeia a especular que haviam sido instruídos a fornecer um relatório detalhado da posição da Otan para a cadeia de comando.

Um funcionário do governo alemão confirmou que a reunião ocorreu e que os embaixadores disseram a Moscou que as incursões precisavam parar. O chanceler Friedrich Merz afirmou na quinta-feira que está em coordenação com Paris, Londres e Varsóvia e apoia “todas as medidas necessárias”.

Porta-vozes do Reino Unido e da França não comentaram imediatamente a respeito da reunião. O presidente Emmanuel Macron se recusou a especificar como a Otan responderia a novas incursões em entrevista à France 24 na quarta-feira.

O Artigo 4º da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que aciona consultas sobre uma ameaça percebida, só foi invocado nove vezes desde a fundação da aliança em 1949 —e duas dessas ocasiões foram neste mês, após as incursões na Polônia e na Estônia.

Autoridades da Dinamarca disseram na quarta-feira (24) que podem fazer o mesmo enquanto investigam um possível papel russo em ataques de drones que atrapalharam o tráfego aéreo, embora o Kremlin tenha negado envolvimento.

“A intenção é criar divisão e nos assustar”, disse o ministro da Justiça, Peter Hummelgaard, a repórteres na quinta-feira. “A ameaça de ataques híbridos chegou para ficar.”

O aumento repentino das incursões coincide com a visão de alguns funcionários de segurança de que um movimento beligerante de Moscou —cuja guerra na Ucrânia já dura quatro anos— provavelmente não ocorreria na forma de um ataque convencional ao Ocidente, mas sim por meio de uma operação híbrida com ambiguidade deliberada sobre suas origens e motivações.

“A Rússia está nos testando, testando nossa prontidão, testando nosso compromisso de retaliar”, disse o presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, em entrevista na segunda-feira em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU. “Acho muito importante mostrar solidariedade —e ainda mais importante, reação rápida.”

Ainda assim, as incertezas sobre as intenções do Kremlin colocam os europeus em um dilema, pois eles receiam qualquer ação que possa desencadear uma escalada nas tensões com Moscou e dificultar a manutenção da unidade.

Trump apoiou líderes da Otan, incluindo Donald Tusk, da Polônia, que fizeram pedidos contundentes para abater jatos russos, enquanto o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que os aliados da Otan correm o risco de “cair na armadilha de escalada” de Putin se dispararem contra aeronaves russas.

“Se a Otan derrubar um avião russo sob o pretexto de uma suposta violação do espaço aéreo, isso será guerra”, disse o embaixador russo Alexei Meshkov na quinta-feira durante uma transmissão na rádio francesa RTL.

Outros líderes da Otan, incluindo a italiana Giorgia Meloni, também pediram cautela, alertando os aliados para não cair na provocação do Kremlin, embora o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, tenha dito que apoiaria derrubar um avião.

“Os russos devem estar cientes de que isso pode acontecer se entrarem no espaço aéreo da Otan”, disse Schoof em entrevista na quinta-feira em Nova York.

As incursões também expuseram questões mais práticas sobre as defesas na fronteira oriental da Otan.

Autoridades romenas monitoraram um drone russo que havia violado o espaço aéreo do país por 50 minutos em 13 de setembro. Embora rastreado por dois caças F-16, a decisão de não abatê-lo —citando riscos de destroços— foi criticada.

“Quando se trata de sua própria segurança, não há prioridade maior do que mostrar àqueles que o testam que você é capaz de proteger seu espaço aéreo”, disse o ex-presidente romeno Traian Basescu à emissora Digi TV. “Sua credibilidade está em jogo.”

O Conselho Supremo de Defesa da Romênia aprovou regras de engajamento para derrubar aeronaves apenas na quinta-feira. Para as autoridades em Bucareste, o dilema também envolve falta de recursos financeiros e equipamentos adequados, segundo autoridades familiarizadas com as deliberações.

Abater um drone com mísseis de caça —como ocorreu na Polônia neste mês— é considerado caro e ineficaz. Sistemas antidrones semelhantes aos usados na Ucrânia —assim como instrumentos não letais, como bloqueio eletrônico e controle cibernético— são mais necessários, disseram autoridades.



Fonte CNN BRASIL

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