A Dinamarca informou na manhã de sábado (27) que drones não identificados foram avistados durante a noite próximos a suas instalações militares, após uma série de incursões recentes perto de aeroportos e infraestruturas críticas ao longo da semana.
Um porta-voz das Forças Armadas dinamarquesas disse por e-mail à agência de notícias Reuters que “confirma que drones foram observados em vários locais da Defesa Dinamarquesa na última noite. Diversos recursos foram mobilizados”. No entanto, as Forças Armadas não informaram onde exatamente os drones foram vistos.
A polícia relatou ter avistado drones próximos à base aérea de Karup, na região oeste da Dinamarca, de acordo com a agência de notícias dinamarquesa Ritzau. Já a polícia norueguesa anunciou neste sábado que está investigando possíveis voos perto da base aérea de Ørland, no centro da Noruega, principal base dos caças F-35 do país.
“Os guardas da base fizeram várias observações fora do perímetro da instalação no início deste sábado”, disse um porta-voz do comando conjunto das Forças Armadas da Noruega à Reuters.
Na segunda-feira, o aeroporto de Copenhague —o mais movimentado da região nórdica— foi fechado por várias horas após a detecção de grandes drones em seu espaço aéreo. Nos dias seguintes, cinco aeroportos menores, civis e militares, também foram temporariamente fechados.
As autoridades dinamarquesas classificaram essas incursões como ataques híbridos. A primeira-ministra Mette Frederiksen afirmou no início da semana que se trata do “ataque mais grave já registrado contra a infraestrutura crítica da Dinamarca” até o momento.
Na declaração, Frederiksen apontou diretamente para a Rússia. “Há um país que representa uma ameaça à segurança da Europa, e esse país é a Rússia”, disse.
O ministro dinamarquês da Justiça, Peter Hummelgaard, afirmou no início da semana que o objetivo desses ataques era semear o medo.
Os voos de drones começaram poucos dias depois que a Dinamarca anunciou a compra, pela primeira vez, de armas de precisão de longo alcance, argumentando que a Rússia representaria uma ameaça nos próximos anos.
Hummelgaard acrescentou que Copenhague também adquirirá novas capacidades para detectar e neutralizar drones.
Ministros da Defesa de cerca de dez países da União Europeia concordaram na sexta-feira (26) que a criação de um muro antidrone deve ser uma prioridade.
“Precisamos agir rápido”, disse o comissário europeu de Defesa, Andrius Kubilius, em entrevista à agência de notícias AFP. “E precisamos agir aprendendo todas as lições da Ucrânia e construindo esse muro antidrone junto com a Ucrânia.”