O governo Trump enviará 200 soldados da Guarda Nacional serão enviados a Portland, a principal cidade do Oregon, no noroeste dos Estados Unidos, anunciou o Pentágono nesta segunda-feira (29), em uma medida contestada pela governadora democrata do estado.
Os soldados “serão convocados para o serviço federal imediatamente por um período de 60 dias para proteger a Agência de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) e outros funcionários do governo norte-americano que estejam realizando funções federais”, disse o porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, em comunicado.
Portland é uma das cidades onde a sede do ICE tem sido cenário de manifestações de opositores às operações contra a imigração ilegal promovidas pelo governo federal.
O presidente Donald Trump sustenta que o envio de tropas é necessário para combater a criminalidade e a imigração ilegal.
“A pedido da secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, estou instruindo o secretário da Guerra, Pete Hegseth, a fornecer todas as tropas necessárias para proteger a devastada Portland e qualquer uma de nossas instalações do ICE que estejam sob ataque da Antifa e de outros terroristas domésticos”, disse Trump em uma postagem em sua plataforma Truth Social no sábado (27).
O Oregon apresentou uma ação judicial no domingo (28) para bloquear o envio militar.
Na visão da governadora Tina Kotek, a medida responde ao “desejo de Trump de normalizar o uso de tropas militares para atividades ordinárias de aplicação da lei”, particularmente em jurisdições comandadas por seus opositores políticos.
O presidente já havia feito o mesmo em cidades governadas por democratas, como Los Angeles e Washington. Na Califórnia, esse envio —também contestado pelo governador, Gavin Newsom— gerou fortes protestos em agosto. Em ambos os casos, foram abertas ações judiciais contra a decisão presidencial, sob o argumento de que Trump excedeu seu poder ao mobilizar tropas.
As autoridades estaduais afirmaram que não havia necessidade de envio da Guarda Nacional a Portland, já que, ao contrário do que diz Trump, os protestos contra o ICE têm sido de pequena escala e pacíficos.
Trump passou a classificar a Antifa, grupo descentralizado de combate ao fascismo e ao racismo, de uma organização terrorista de grande escala. Essa foi a primeira medida concreta que o republicano tomou contra a esquerda após o assassinato do influenciador trumpista Charlie Kirk no último dia 10.
A decisão ocorreu também após um ataque contra um escritório do ICE em Dallas, no Texas. Um atirador abriu fogo e matou uma pessoa, segundo autoridades federais. Na ocasião, Trump acusou os democratas de incentivar a violência contra a agência.