O cientista político André Lajst, presidente-executivo da StandWithUs Brasil, avalia que a sociedade israelense vive, nesta segunda-feira (13), um “novo 8 de outubro” —referência ao dia seguinte aos ataques terroristas do Hamas em 2023.
“Hoje é o dia que a sociedade israelense começa a se curar desse trauma”, diz ele. “Haverá feridas incuráveis, mas agora o país consegue olhar para frente, se reconstruir e curar a memória desses dois últimos anos.”
Lajst, que é doutorando em ciências políticas e sociais com foco no processo de paz palestino-israelense pela Universidade de Córdoba, na Espanha, comenta o impacto da assinatura do acordo de cessar-fogo em Gaza, firmado nesta segunda entre Estados Unidos, Egito, Qatar e Turquia.
Para o especialista, a breve passagem de Donald Trump por Israel “sedimenta e certifica que o acordo é forte e que ele está comprometido com sua execução”.
“Isso significa o desmantelamento da estrutura terrorista do Hamas e a transferência de poder para um novo governo palestino, com ajuda internacional, para que Gaza e os palestinos possam ter um futuro de paz e coexistência ao lado de Israel”, afirma.
O acordo, assinado durante uma cúpula em Sharm el-Sheikh, no Egito, prevê o cessar-fogo entre Israel e Hamas e o início de negociações para reconstrução e governança da Faixa de Gaza. Embora o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, tenha se recusado a participar do encontro, Trump foi ovacionado no parlamento israelense antes de seguir para a reunião com líderes árabes e europeus.
A cúpula ocorreu horas depois da libertação de 20 reféns israelenses e da soltura de quase 2.000 palestinos presos desde o início do conflito.
