O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, chegou à Casa Branca nesta sexta-feira (17) para um novo encontro com seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, numa tentativa de negociar o fim da Guerra da Ucrânia, que se arrasta desde fevereiro de 2022, e também o envio de armamentos a Kiev.
Os líderes devem discutir o fornecimento às forças ucranianas de mísseis de cruzeiro Tomahawk, um tema considerado sensível para Moscou no conflito —o armamento pode atingir quase 2.000 alvos militares, 76 bases e todas as cidades importantes na Rússia europeia.
Na quinta (16), Trump anunciou que recebeu um telefonema de Vladimir Putin e afirmou que houve “progressos significativos” e uma “conversa produtiva” sobre um cessar-fogo no conflito. O republicano disse ainda que irá encontrar-se em talvez duas semanas com o presidente russo em uma nova cúpula.
Putin já havia alertado que a reaproximação de Moscou com Washington estaria comprometida se os EUA entregassem mísseis Tomahawk à Ucrânia. Segundo Iuri Uchakov, assessor de política externa do Kremlin, o líder russo repetiu o aviso a Trump durante a conversa de quinta.
Ao chegar a Washington, Zelenski alfinetou o governo russo. “Vemos que Moscou se apressou em retomar o diálogo assim que ouviu a palavra Tomahawk”, disse, manifestando também otimismo em relação à nova rodada de conversas com Trump.
Já o republicano sinalizou que não pretende liberar o envio do armamento: “Precisamos dos Tomahawk para os EUA também”.
O encontro é o movimento mais recente do americano para tentar mediar o fim da guerra entre Kiev e Moscou. Desde que voltou à Presidência, em janeiro, ele já recebeu Zelenski três vezes na Casa Branca.
No primeiro encontro, em fevereiro, os líderes tiveram um bate-boca histórico em frente à imprensa. Em uma cena nunca vista em público no Salão Oval, Trump e Zelenski discutiram rispidamente sobre os rumos do conflito, levando o visitante a deixar o encontro sem a prevista entrevista coletiva, e causando reações preocupadas de líderes mundiais.
O segundo encontro, em agosto, teve um tom completamente diferente. Zelenski abandonou o visual militar que costuma usar e apareceu de paletó preto fechado no alto, com camisa abotoada até o pescoço e sem gravata. Trump o recebeu pessoalmente, num gesto que não teve com outros líderes europeus, em um sinal de reaproximação após meses de atrito.
Após seis horas de conversas com Zelenski e líderes europeus, Trump disse que “os preparativos começaram” para um encontro entre ele, Putin e o ucraniano, o que ainda não ocorreu.