EUA falam em impor desarmamento do Hamas após violações – 24/10/2025 – Mundo

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Menos de duas semanas após Donald Trump assinar um acordo para cessar-fogo na Faixa de Gaza com questões ainda em aberto, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou nesta sexta-feira (24) que uma eventual recusa do Hamas em se desarmar representaria uma violação direta do pacto, o que resultaria na necessidade de se impor a desmilitarização do grupo terrorista.

“Não vou entrar em detalhes sobre os mecanismos pelos quais isso [desarmamento do Hamas] ocorreria, mas teria de ser aplicado. Quer dizer, isso é um acordo, e um acordo exige o cumprimento das condições. Israel cumpriu seus compromissos. Eles estão na linha amarela, e isso depende da desmilitarização”, disse Rubio, numa referência à área que demarca o recuo militar israelense em Gaza.

O desarmamento do Hamas é uma das questões mais delicadas das negociações e ameaça derrubar o acordo. O grupo terrorista já sinalizou que não aceitará entregar todas as suas armas e, nos últimos dias, os dois lados vêm fazendo acusações mútuas sobre violações do cessar-fogo.

Rubio disse que o objetivo dos EUA é criar as condições para que a população de Gaza possa viver sem o domínio do Hamas, com estabilidade e acesso a empregos. “Queremos ajudar a criar condições em que as pessoas em Gaza não precisem mais ser aterrorizadas pelo Hamas, mas possam ter vidas, negócios e um futuro melhor”, afirmou, acrescentando que se trata de um projeto de longo prazo.

As declarações ocorreram durante visita a Israel. Rubio faz parte de uma comitiva americana mobilizada para pressionar o governo de Binyamin Netanyahu a manter de pé o cessar-fogo após dias bombardeios contra o território palestino. Nesta semana, o vice-presidente americano, J.D. Vance, que se encontrou com o premiê israelense, disse que Washington não definiu a data final para o desarmamento do Hamas.

Pelo trato firmado, o desarmamento ocorreria em uma fase posterior do plano de Trump, que prevê ainda o estabelecimento de um governo tecnocrático para assumir o controle de Gaza —outra questão cujos detalhes ainda não foram definidos.Nesta sexta, o Hamas e outras facções palestinas concordaram com a proposta de que Gaza seja administrada por um comitê independente de tecnocratas palestinos.

Os grupos também manifestaram a intenção de “revitalizar a Organização para a Libertação da Palestina [OLP] como único representa legítimo do povo palestino”. O Hamas não faz parte da OLP e tem no Fatah, que administra a Cisjordânia e é o maior grupo da organização, seu principal rival.

Paralelamente, o Departamento de Estado americano anunciou a nomeação do embaixador Steven Fagin, atualmente representante dos EUA para o Iêmen, como chefe civil do novo Centro de Coordenação Civil-Militar instalado no sul de Israel. O órgão é responsável por implementar o plano de paz de 20 pontos proposto por Trump e coordenar a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Também nesta sexta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a abertura de corredores médicos para a transferência de pacientes em Gaza representaria um “ponto de inflexão” para as cerca de 15 mil pessoas que precisam de tratamento fora do território devastado pela guerra.

Desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, em outubro de 2023, quase toda infraestrutura sanitária local foi destruída, o que agravou a crise humanitária.

Rik Peeperkorn, representante da OMS nos territórios palestinos, pediu a abertura de todas as passagens de Gaza com Israel e Egito durante o cessar-fogo, tanto para operações médicas quanto para a entrada de ajuda humanitária. Segundo ele, a organização está pronta para ampliar as transferências de pacientes.

No ritmo atual, acrescentou Peeperkorn, a retirada das 15 mil pessoas que necessitam de tratamento, incluindo 4 mil crianças, levaria cerca de uma década. Ele insistiu que é fundamental reabrir as rotas médicas que ligavam Gaza à Cisjordânia e a Jerusalém Oriental, como ocorria antes da guerra.

A OMS também enfatizou que reabrir a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, permitiria a transferência de pacientes para tratamento no país vizinho ou em outros destinos. Desde o início do conflito, mais de 700 pessoas morreram aguardando autorização para deixar Gaza por razões médicas.

Após dois anos de guerra, Gaza está soterrada sob mais de 61 milhões de toneladas de escombros, e mais de 75% de seus edifícios foram destruídos, de acordo com dados da ONU analisados pela agência AFP. O volume de destroços equivale a 170 vezes o peso do Empire State Building, de Nova York.



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