O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou neste domingo (26) um teste final bem-sucedido de um novo míssil de cruzeiro com propulsão nuclear, o Burevestnik, em meio à ofensiva de Moscou na Ucrânia e à incerteza sobre uma nova cúpula com o líder americano Donald Trump.
“Os testes decisivos agora estão completos”, disse Putin em um vídeo divulgado pelo Kremlin, sede do governo russo, durante uma reunião com oficiais militares.
Putin ordenou a preparação de “infraestrutura para colocar esta arma em serviço nas Forças Armadas russas”. Ele chamou o míssil de “uma criação única que ninguém mais no mundo possui”, acrescentando que o Burevestnik tem “alcance ilimitado”.
Durante o último teste, em 21 de outubro, o míssil voou por cerca de 15 horas, percorrendo 14.000 quilômetros, de acordo com o chefe do Estado-Maior Militar da Rússia, Valery Gerasimov, que acrescentou que esse não era o limite máximo para a arma. “As características técnicas do Burevestnik permitem que ele seja usado com precisão garantida contra alvos altamente protegidos localizados a qualquer distância”, disse.
Putin anunciou o desenvolvimento de mísseis pelo exército russo em 2018, que, segundo ele, poderiam escapar de todos os sistemas de defesa, diante de um contexto de ameaça percebida dos Estados Unidos.
Sete anos depois, o anúncio de um teste final bem-sucedido ocorre enquanto as forças russas ganham terreno na Ucrânia de forma lenta, mas constante, rompendo as defesas de Kiev.
As negociações de paz entre Moscou e Kiev estagnaram, apesar dos esforços de mediação de Trump, que havia prometido encerrar rapidamente a guerra ao retornar à Casa Branca em janeiro.
Trump impôs sanções às duas maiores empresas petrolíferas da Rússia na quarta-feira (22), reclamando que suas negociações com Putin para acabar com a guerra na Ucrânia “não levam a lugar nenhum”.
No sábado, Trump minimizou as perspectivas de uma nova cúpula com Putin, dizendo que “não iria perder meu tempo”.
Os comentários foram feitos durante uma reunião do negociador do Kremlin, Kirill Dmitriev, com autoridades do governo Trump na sexta e no sábado, informou à AFP um funcionário russo com ciência das negociações. As negociações devem prosseguir neste domingo.
Putin, por sua vez, disse que não queria estabelecer um cronograma para o fim dos combates. “Não vamos alinhar nada com datas ou eventos… basearemos nossas ações na racionalidade militar”, afirmou.
Enquanto isso, uma ação noturna de drones russos em Kiev matou três pessoas e feriu dezenas, segundo o prefeito da capital ucraniana neste domingo (26). Na região de Belgorodo, na Rússia, um ataque de drone ucraniano matou uma pessoa e feriu outra, disse o governador local.




