A taxa de aprovação do presidente Donald Trump caiu para 38%, a mais baixa desde seu retorno ao poder, segundo pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta terça-feira (18). O levantamento aponta que os americanos estão insatisfeitos com a gestão do custo de vida e com a investigação sobre o criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein, encontrado morto em 2019.
A pesquisa, feita de 14 a 17 de novembro, surge num momento em que o controle de Trump sobre o Partido Republicano mostra sinais de enfraquecimento.
A Câmara dos Representantes, controlada pelos governistas, votou nesta terça uma medida que força a divulgação de arquivos do Departamento de Justiça sobre Epstein —texto que Trump se opôs por meses. O presidente recuou de seu posicionamento no domingo (16), enquanto os parlamentares se preparavam para seguir em frente sem ele.
A pesquisa mostrou que a aprovação geral de Trump caiu dois pontos percentuais desde levantamento feito no início de novembro.
Trump iniciou seu segundo mandato com 47% dos americanos aprovando seu desempenho. A queda de nove pontos percentuais desde janeiro deixou sua popularidade geral próxima das mínimas registradas durante seu primeiro mandato e também perto dos índices mais baixos obtidos por seu antecessor na Casa Branca, o democrata Joe Biden.
A taxa de aprovação de Biden chegou a cair para 35%, enquanto a de Trump foi para 33% em seu primeiro mandato.
Neste segundo mandato, o presidente tem sido impactado pela percepção de que não está fazendo o suficiente para ajudar as famílias com as despesas do dia a dia, uma questão que também atingiu o governo Biden e contribuiu para a vitória de Trump sobre a vice-presidente do democrata, Kamala Harris, na última eleição presidencial.
Apenas 26% dos americanos dizem que Trump está fazendo um bom trabalho no controle do custo de vida, queda de três pontos percentuais em relação aos 29% registrados no início deste mês.
O ritmo da inflação se mantém alto para os padrões históricos desde que Trump assumiu o cargo em janeiro, com os preços ao consumidor nos EUA subindo 3% em 12 meses até setembro, mesmo com o enfraquecimento do mercado de trabalho. Cerca de 65% dos entrevistados —incluindo um em cada três republicanos— desaprovam o desempenho de Trump em relação ao custo de vida.
A principal medida econômica de Trump tem sido o aumento dos impostos sobre produtos importados, numa tentativa de impulsionar a indústria manufatureira americana, mas muitos economistas acreditam que essa política levou ao aumento dos preços.
Manifestando frustração com a percepção pública de sua gestão da economia, Trump reduziu na semana passada os impostos de importação sobre café, carne bovina, bananas e outros produtos básicos.
Sua queda de popularidade pode tornar os republicanos mais vulneráveis nas eleições para o Congresso do ano que vem, embora a pesquisa Reuters/Ipsos tenha mostrado que os eleitores continuam a ver o Partido Republicano de Trump como tendo uma abordagem melhor para a política econômica.
Apenas 20% dos americanos —44% dos republicanos— aprovam a forma como Trump lidou com o caso de Jeffrey Epstein, segundo a pesquisa. Cerca de 70% dos entrevistados —87% dos democratas, e 60% dos republicanos— disseram acreditar que o governo está ocultando informações sobre os clientes do criminoso sexual, uma teoria que nunca foi provada.
A pesquisa da Reuters/Ipsos, feita de maneira online, entrevistou 1.017 adultos nos EUA e tem uma margem de erro de cerca de 3 pontos percentuais.




