A votação das eleições gerais em Honduras foi concluída, embora alguns colégios eleitorais permaneçam abertos devido ao grande fluxo de pessoas, informou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Segundo o órgão, os locais onde ainda há filas permanecerão abertos por mais uma hora ou até o atendimento do último eleitor.
Os hondurenhos foram às urnas neste domingo (30) em uma disputa marcada pela ameaça de Donald Trump, dos Estados Unidos, de cortar a ajuda ao país caso o candidato de direita, Nasry Asfura, do Partido Nacional, não seja eleito.
O ex-prefeito de Tegucigalpa aparece nas pesquisas empatado com Rixi Moncada, do governista Liberdade e Refundação, e Salvador Nasralla, do centrista Partido Liberal.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) expressou preocupação diante da possibilidade de intimidação, fraude e interferência política no processo eleitoral.
O vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, afirmou em sua conta no X que Washington responderá “rapidamente e de forma decisiva a qualquer um que minar a integridade do processo democrático em Honduras”.
O país da América Central sofreu um golpe em 2009, quando uma aliança de militares de direita, políticos e empresários derrubou Manuel Zelaya, marido da atual presidente, Xiomara Castro. Em 2021, os hondurenhos votaram em massa em Xiomara.
As eleições deste domingo —nas quais, além de presidente, também serão escolhidos os 128 membros do Congresso, centenas de prefeitos e milhares de outros cargos públicos— ocorrem em clima altamente polarizado, com os três principais candidatos à Presidência se acusando mutuamente de planos de fraude.
Moncada sugeriu que não reconhecerá os resultados oficiais caso seja derrotada. A Procuradoria-Geral de Honduras, alinhada ao partido governista, acusa a oposição de planejar fraude eleitoral.
Promotores abriram uma investigação sobre gravações de áudio que supostamente mostram um político do Partido Nacional discutindo, com um militar, formas de influenciar a eleição. As supostas gravações, que a sigla conservadora diz terem sido criadas com inteligência artificial, foram centrais na campanha de Moncada.
Os militares hondurenhos também foram criticados por pedir ao Conselho Nacional Eleitoral cópias das atas de apuração no dia da eleição, o que constitui violação da lei hondurenha. Tais tensões contribuíram para uma crescente desconfiança pública em relação às autoridades e ao processo eleitoral em geral. Também houve atrasos no fornecimento de materiais de votação.
A União Europeia e a OEA enviaram missões de observação eleitoral. Também devem acompanhar o pleito nove congressistas dos EUA —sete republicanos e dois democratas.
Mais de 6,5 milhões de hondurenhos estão aptos a votar —cerca de 6% vivem nos Estados Unidos e podem escolher apenas o presidente. Segundo pesquisa do Instituto de la Justicia, só 27% dos entrevistados confiam que os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) refletirão a vontade dos eleitores.




