O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou nesta terça-feira (23) um novo conjunto de documentos das investigações do caso Jeffrey Epstein. A nova leva de arquivos compreende cerca de 29 mil páginas, com fotos, áudios, registros judiciais, documentos do FBI e centenas de vídeos.
Há diversas menções ao presidente Donald Trump.
Segundo o Washington Post, os documentos revelam que, em 2021, foi enviada uma intimação a Mar-a-Lago, residência do republicano na Flórida, solicitando registros relacionados ao processo do governo contra Ghislaine Maxwell, ex-namorada e cúmplice de Epstein no esquema de tráfico sexual.
O material inclui anotações de um procurador-assistente em Nova York sobre o número de vezes que Trump teria viajado no avião de Epstein, entre elas um voo que, segundo os arquivos, contou apenas com Trump, Epstein e uma mulher de 20 anos.
Os arquivos agora divulgados também reúnem diversas denúncias coletadas pelo FBI sobre um suposto envolvimento de Trump com Epstein e sobre festas realizadas em propriedades dos dois no início dos anos 2000. Os documentos, porém, não indicam se essas informações deram origem a investigações posteriores nem se alguma das denúncias foi confirmada.
O Departamento de Justiça dos EUA afirmou nesta terça-feira que há “acusações falsas e sensacionalistas” contra Trump na nova remessa de documentos do caso, sem dar mais detalhes.
O novo material foi divulgado dias após uma primeira remessa, que incluiu centenas de fotografias de Epstein na companhia de celebridades e figuras conhecidas, como o ex-presidente democrata Bill Clinton e os cantores Mick Jagger e Michael Jackson.
Trump quase não apareceu na primeira remessa, mas a divulgação dos arquivos foi marcada por polêmicas. Boa parte do material continha páginas e fotografias censuradas e com tarjas pretas, gerando críticas da oposição, vítimas de Epstein e até mesmo membros do próprio Partido Republicano.
Após a divulgação inicial, o departamento ainda removeu um pequeno número de fotografias tiradas no interior da casa de Epstein. Entre elas, havia uma que mostrava um aparador com várias fotos, incluindo pelo menos uma de Trump, levantando questões sobre se o governo estava tentando proteger o presidente. Essa imagem foi posteriormente republicada pelo departamento.
A divulgação ocorre por causa de uma nova lei que obriga que todo o registro da investigação, com algumas exceções, seja tornado público.
Na segunda (22), Trump falou pela primeira vez sobre o caso desde que o governo começou a divulgar os materiais e disse que muitas pessoas se “encontraram inocentemente” com Epstein.
“Eu gosto do Bill Clinton”, disse Trump sobre o ex-presidente, que apareceu no primeiro lote de fotos. “Eu sempre me dei bem com o Bill Clinton. Fui gentil com ele, ele foi gentil comigo. Odeio ver fotos dele vazando, mas é isso que os democratas, principalmente democratas e alguns republicanos ruins, estão pedindo, então eles também estão divulgando minhas fotos.”




