(FOLHAPRESS) – O Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) de Piracicaba, no interior de São Paulo, afirma ter esclarecido o assassinato dos empresários José Eduardo Ometto Pavan, 69, e Rosana Ferrari, 61, encontrados mortos, com marcas de tiros, dentro de uma caminhonete em uma chácara na serra de São Pedro (a 192 km de São Paulo), em 6 de abril.
De acordo com a Polícia Civil, dois advogados do casal encomendaram as mortes após se apropriarem de R$ 12 milhões em imóveis das vítimas.
“Segundo as investigações, até o momento foi esclarecido que os mandantes do crime seriam os advogados das vítimas e que o crime se deu por razões patrimoniais”, afirmou o Deic de Piracicaba.
Nesta manhã, foram presos dois advogados de 44 e 47 anos, que têm escritório em São Carlos.
Além deles, também foram presos dois homens de 54 e 57 anos, que teriam sido contratados para executar o crime e ocultar os cadáveres.
De acordo com a investigação, os advogados ainda engaram o casal a pagar despesas processuais inexistentes. Os valores pagos desnecessariamente chegam a R$ 2,8 milhões.
“Para obter tal vantagem, os advogados investigados falsificaram inúmeras guias DAREs (documento utilizado para recolhimento de custas e despesas processuais), comprovantes de recolhimento e até uma decisão judicial, tudo com o objetivo de obter vantagens ilícitas em prejuízo das vítimas”, afirmou a polícia.
Os advogados, segundo a polícia, ainda se apropriaram de cerca de R$ 12 milhões em imóveis das vítimas sob alegação de “proteção patrimonial”.
“Após toda expropriação patrimonial, os advogados investigados, teriam encomendado a morte das vítimas”, explicou a investigação.
Nesta manhã, além das prisões, são cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de São Carlos e Praia Grande, na Baixada Santista, inclusive no escritório de advocacia dos suspeitos investigados.
Foi determinado o sequestro de bens dos advogados e o bloqueio de contas bancárias de todos os investigados.
ENTENDA O CRIME
Os empresários foram encontrados mortos, com marcas de tiros, dentro de uma caminhonete em uma chácara na serra de São Pedro.
Segundo o boletim de ocorrência, o casal, que é de Araraquara, costumava passar os finais de semana na chácara, que fica na área rural.
Moradores de imóveis próximos relataram à polícia que, por volta das 7h, viram o veículo do casal estacionado ao lado da casa, mas não chegaram a vê-los durante o dia.
Ao anoitecer eles perceberam que as luzes da casa não haviam sido acesas, como de costume, e decidiram entrar na chácara, que estava com o portão destrancado.
Ao se aproximarem do carro, uma Fiat Toro, viram o corpo do empresário caído no interior do veículo e chamaram a Polícia Militar. Rosana foi encontrada morta na caçamba da caminhonete.
A mulher estava com um ferimento de bala no lado esquerdo do peito. O marido tinha dois tiros na região do peito e estava com as mãos amarradas.
Ainda segundo a ocorrência, a carteira e os celulares das vítimas não foram encontrados. Uma sobrinha de Rosana relatou aos policiais que desde sábado tentava falar com a tia, mas a ligação não completava.
O casal era bastante conhecido em Araraquara, já que a mulher tinha uma escola infantil e ele, um comércio de autopeças. Eles estavam juntos havia cerca de 20 anos e não tinham filhos.
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