A Defesa Civil de Gaza, controlada pelo grupo terrorista Hamas, afirmou nesta quinta-feira (26) que 56 pessoas foram mortas em ataques do Exército israelense. Os bombardeios ocorrem após Tel Aviv anunciar que voltaria seu foco militar para o território palestino, que havia ficado em segundo plano com a ofensiva contra o Irã, agora em suspenso diante do cessar-fogo costurado pelos EUA.
Segundo os serviços médicos, ao menos nove pessoas morreram em uma escola que abrigava famílias deslocadas no bairro de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza.
Outras três pessoas, ainda de acordo com a Defesa Civil, foram mortas por disparos israelenses, e dezenas ficaram feridas enquanto aguardavam caminhões de ajuda das Nações Unidas ao longo de uma estrada central em Gaza. Relatos de episódios com múltiplas mortes em pontos de distribuição de ajuda têm sido frequentes.
O Exército israelense não comentou as ações desta quinta. Israel afirma que busca eliminar membros do Hamas —grupo que atacou o sul do país a partir de Gaza em 2023— e libertar os reféns ainda mantidos em cativeiro.
As novas mortes ocorrem enquanto os mediadores árabes Egito e Qatar, com apoio dos Estados Unidos, tentam convencer as partes em conflito a retomar as negociações de cessar-fogo. Segundo integrantes do Hamas, ainda não há data definida para nova rodada de diálogos.
Enquanto isso, segundo a agência Reuters, Israel suspendeu por dois dias a entrada de ajuda humanitária em Gaza, sob o argumento de que havia risco de os suprimentos serem confiscados pelo Hamas. A decisão veio após a divulgação de imagens que mostravam homens mascarados em caminhões de ajuda. De acordo com líderes de clãs locais, eles estavam ali para proteger os suprimentos, não para roubá-los em nome da facção terrorista.
O porta-voz do governo israelense, David Mencer, disse a repórteres que a ajuda ainda estava entrando em Gaza pelo sul. Um funcionário da ONU afirmou que toda a ajuda humanitária prevista para o norte de Gaza foi suspensa. Normalmente, os caminhões com suprimentos entram no território durante a noite.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, em declaração conjunta com o ministro da Defesa, Israel Katz, disse na quarta que havia ordenado aos militares que apresentassem um plano em dois dias para impedir que o Hamas assumisse o controle da ajuda humanitária.
Nesta quinta, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, falou em “situação catastrófica de genocídio” em Gaza e pediu que a União Europeia suspenda imediatamente o acordo de associação do bloco com Israel.