Bolsas Birkin feitas na China colocam em xeque autenticidade de luxo francês – 15/04/2025 – Mundo

Bolsas Birkin feitas na China colocam em xeque autenticidade de


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A autenticidade do rótulo “Made in France” foi colocada em xeque na semana que passou após uma reportagem do jornal francês Le Monde revelar que parte da produção das bolsas Birkin, da Hermès, é realizada na China.

Embora a montagem final ocorra na França, etapas como tratamento do couro, fabricação de ferragens e até costura manual estariam sendo terceirizadas a oficinas chinesas — prática legal, mas controversa no mercado de luxo.

Documentos obtidos pela reportagem do jornal mostram que peças fundamentais são enviadas da China para a França, onde são montadas para garantir o selo francês. Ex-funcionários relataram que alguns artesãos chineses sequer têm formação técnica equivalente à exigida pelas maisons europeias.

A Hermès afirmou ao jornal que segue as regras da União Europeia, que permitem a rotulagem nacional se o processo final for feito no país. Outras marcas do setor — como Prada e Louis Vuitton — também já foram acusadas de práticas semelhantes.


A revelação fere a imagem do artesanato de elite francês e evidencia como até marcas símbolo do prestígio europeu dependem da capacidade produtiva chinesa.

Além de afetar a confiança do consumidor, o episódio reacendeu debates sobre o colonialismo industrial e o papel da China na economia simbólica do Ocidente.

Por que importa: a história tem rendido nas redes sociais, com muita gente acusando as grifes francesas de manipulação e de praticar preços absurdos. Tudo isso é válido, mas importante não perder de vista que pessoas compram um item de grife não necessariamente pelo material, mas pelo seu símbolo de status. E isso vem com a construção de imagem das marcas, que não custa barato (design, conceito, exclusividade, gestão de estoque, etc).


PARE PARA VER


“Espada”, do chinês Liu Ye. Ye diz coletar “estados emocionais” em suas obras e foi considerado em 2016 como um dos mais relevantes artistas chineses no mundo. Veja outros trabalhos aqui (em inglês).


O QUE TAMBÉM IMPORTA

Donald Trump afirmou que o fortalecimento das relações entre China e Vietnã tem como objetivo “prejudicar os Estados Unidos”. A declaração ocorre em meio a avanços diplomáticos entre os dois países asiáticos, e insinua que Pequim estaria usando aliados regionais para enfraquecer a posição americana no Sudeste Asiático. O Vietnã, vale lembrar, recebeu muitas empresas chinesas nos últimos anos porque de lá poderia exportar para os EUA sem incorrer nas mesmas tarifas que Pequim. A China não se posicionou sobre a acusação do presidente americano.

Pequim anunciou restrições de visto contra funcionários públicos americanos após sanções impostas por Washington devido à situação no Tibete. A chancelaria chinesa classificou a medida como uma “resposta legítima” e acusou os EUA de interferência em assuntos internos. A decisão está em linha com uma série de iniciativas tomadas pelo governo central para suprimir autodeterminação dos nativos na região — anteriormente, por exemplo, Pequim deixou de usar a palavra Tibete para sua alternativa em chinês, Xizang.

Em um evento público em Hangzhou, o bilionário chinês Jack Ma defendeu a criação de normas para o uso ético da inteligência artificial na China. O fundador da Alibaba afirmou que o avanço da tecnologia precisa ser acompanhado por responsabilidade e regulação. É uma das primeiras declarações públicas desde seu afastamento do cenário empresarial, já que após criticar decisões regulatórias de Pequim, ele praticamente abandonou a vida pública. Reabilitado neste ano por Xi, Ma deve voltar a ser presença frequente na mídia.


FIQUE DE OLHO

A CEO da AMD, Lisa Su, anunciou que a empresa iniciará ainda este ano a produção de semicondutores de alto desempenho em uma nova fábrica no Arizona. O objetivo é atender à crescente demanda por servidores com inteligência artificial e fortalecer a autonomia tecnológica dos EUA, em meio à competição com a China.

A unidade vai fabricar chips de 5 nanômetros voltados para aplicações em IA generativa e aprendizado de máquina, nicho hoje dominado por Nvidia e empresas asiáticas. A produção comercial deve começar no segundo semestre.

O projeto é financiado pelo CHIPS Act, pacote aprovado pelo Congresso americano em 2022 que prevê US$ 39 bilhões em incentivos ao setor. A AMD também mira contratos com o governo americano e com big techs interessadas em diversificar fornecedores.

Por que importa: a ofensiva da AMD marca uma nova etapa na corrida global por semicondutores avançados. Para a China, o movimento representa um desafio à sua presença no mercado e reforça o cerco ocidental em torno de tecnologias sensíveis.


PARA IR FUNDO

A Funcex lançou o curso China: influência dos aspectos culturais nas negociações”, que acontece em 4 de junho, das 8h às 17h, de forma online e ao vivo. O treinamento aborda desde etiqueta em banquetes até estratégias para superar barreiras culturais nas relações comerciais com chineses. Inscrições e detalhes neste link. (pago, em português)

Estão abertas as inscrições para o curso “Geopolítica Global e Trump: EUA, Rússia, UE e China no Tabuleiro da Guerra” da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Ministrado pelo professor Alexandre Coelho, o treinamento começa em maio. Mais informações aqui. (pago, em português)



Fonte CNN BRASIL

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