O grupo de 13 brasileiros que participou da flotilha Global Sumud vai voltar ao Brasil. A previsão é que eles cheguem na manhã desta quinta-feira (9) ao aeroporto de Guarulhos (SP). Os ativistas estavam presos em Israel desde a semana passada e foram deportados na terça (6) para a Jordânia.
O grupo embarca em um mesmo voo comercial que sai da capital, Amã, com escala em Doha, no Qatar. Entre os integrantes estão Thiago Ávila, detido por Israel na empreitada anterior da organização, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), a vereadora Mariana Conti (PSOL), de Campinas, e a presidente do partido no Rio Grande do Sul, Gabrielle Tolotti.
A organização lançou uma vaquinha na quarta-feira (7). O Itamaraty, que atuou para que os brasileiros fossem libertados, não cobrirá os custos do retorno. O PSOL está arcando com os gastos das passagens de Conti e de Tolotti, e a assessoria de Luizianne afirma que a própria parlamentar está pagando o translado.
O valor das passagens do restante dos participantes está sendo custeado pela própria organização, a Global Sumud, segundo os organizadores.
Os ativistas foram mantidos na prisão de Ktzi’ot, no deserto do Neguev, perto da fronteira com o Egito. Após serem deportados, eles foram transferidos por via terrestre da até a Jordânia, onde recebem assistência de autoridades consulares brasileiras. “A embaixada organizou atendimento médico para avaliar o estado de saúde de cada um”, afirma o comunicado da flotilha.
Conti acusa Israel de praticar tortura psicológica contra os ativistas da flotilha durante os cinco dias em que ficaram encarcerados no país. Segundo ela, o grupo teve acesso limitado à comida, água e remédios controlados, foi submetido a privação de sono, não podia entrar em contato com advogados e ficou sem os pertences pessoais.
Antes da deportação do grupo nesta terça, o único integrante do grupo brasileiro que já havia deixado Israel era Nicolás Calabrese. Apesar de viver no Brasil há mais de dez anos, ele nasceu na Argentina e tem cidadania italiana. Ao desembarcar na noite de segunda (6) no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, ele também reclamou de maus-tratos e disse que as forças israelenses agiram como terroristas.
Tel Aviv nega todas as acusações. Os cerca de 45 barcos da flotilha partiram de Barcelona, na Espanha, no dia 31 de agosto, levando aproximadamente 400 ativistas de mais de 45 países, e começaram a ser interceptados na quarta-feira (1º).
As Forças Armadas israelense interceptaram, nesta quarta (8), uma outra flotilha de embarcações que tentava romper o bloqueio naval imposto à Faixa de Gaza, segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
Tel Aviv afirmou que os ativistas serão deportados o mais rápido possível. De acordo com a organização Adalah, que presta assistência legal aos ativistas, mais 140 pessoas que participavam daesta segunda iniciativa, chamada Gaza Freedon e Thousand Madleens to Gaza.