Um mês antes do prazo para o TikTok ser vendido a uma empresa nos Estados Unidos, a Casa Branca de Donald Trump criou um perfil na rede social da chinesa Bytedance. Em junho, o presidente norte-americano prorrogou, para até 17 de setembro, o prazo para a implantação da lei de 2024 que determina a venda do TikTok nos EUA. Caso não se concretize, a rede social com mais de 150 milhões de usuários ativos pode encerrar operações no país.
O primeiro vídeo do perfil, publicado na tarde de terça-feira (19), tem 27 segundos de duração e é acompanhado pelo texto: “América, estamos de volta! E aí TikTok?”
O vídeo alterna imagens do presidente Trump discursando em eventos e registros em que cumprimenta e conversa com profissionais de segurança. Acompanhado de um trilha sonora instrumental, ouve-se o presidente dizendo: “Todos os dias eu acordo determinado a entregar uma vida melhor para o povo de toda essa nação. Eu sou a voz de vocês.”
Até as 17h desta quarta-feira (20), a conta soma 160 mil seguidores e mais de 300 mil curtidas. “Bem-vindos à Era Dourada da América”, diz a descrição do perfil.
Com apenas 17 segundos, a segunda publicação do perfil tem uma trilha sonora instrumental de ação e imagens alternadas de vários ângulos e períodos do edifício e do jardim da Casa Branca, em Washington. O texto que acompanha o vídeo afirma: “Estamos tão de volta.”
Já o terceiro vídeo traz um compilado de frases de efeito, como quando Trump afirmou que “era caçado, e agora eu sou o caçador”. A peça mostra outros momentos do presidente, como quando dançava “YMCA” durante campanha eleitoral do ano passado.
Diferente das demais, a publicação seguinte traz conteúdo ao similar que a Casa Branca publica no Instagram. O vídeo mostra um momento em que a porta-voz do governo americano, Karoline Leavitt, responde a um jornalista sobre a Guerra Ucrânia: “Secretária de imprensa critica fortemente repórter”, diz a legenda. No Instagram, acrescenta-se o termo “fake news”.
Com trilha sonora emocional, o quinto vídeo mostra pessoas aleatórias gritando desesperadas, incluindo um suposto eleitor de Kamala Harris, que veste uma camiseta “Garotos brancos com Harris 2024”. Ao centro, uma frase se sobrepõe: “Eles ainda não sabem, mas Trump está fazendo os EUA melhor para eles, para os filhos e netos deles…”
Os demais vídeos mostram o vice-presidente J.D. Vance respondendo a um jornalista que pergunta quando serão divulgadas evidências de que o Distrito de Colúmbia tem sofrido uma crise de segurança pública.
Outro vídeo publicado nesta tarde comemora os 200 dias da vitória de Trump na corrida eleitoral do ano passado sobre a candidata democrata. É um compilado de cenas de séries e filmes, entrelaçados a momentos de Trump durante a campanha.
TikTok x EUA: Relembre linha do tempo
Em abril do ano passado, o então presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, havia sancionado o projeto de lei que proíbe o TikTok nos Estados Unidos se a Bytedance, empresa dona do aplicativo, não se desfizesse dele em nove meses.
A rede social chegou a sair do ar no dia 19 de janeiro de 2025, mas retornou horas depois após o recém-eleito Trump prometer suspender temporariamente a lei. No dia seguinte, a posse do atual mandatário contou com a presença do CEO do TikTok, Shou Zi Chew.
De volta ao ar, o TikTok enviou uma notificação aos usuários americanos: “Obrigada pela sua paciência e apoio. Como resultado dos esforços do presidente Donald Trump, o TikTok está de volta aos Estados Unidos”, escreveu a plataforma.
A promessa se concretizou e uma das primeiras ordens assinadas por Trump, horas após a posse, adiou em 75 dias o banimento. Em junho, Trump prorrogou por mais 90 dias, até 17 de setembro, o prazo para que a Bytedance vendesse os ativos do TikTok nos EUA.
Em julho, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse que o TikTok terá que parar de operar nos EUA se a China não aprovar um acordo para a venda do aplicativo.