Os rebeldes houthis do Iêmen afirmaram nesta quinta-feira (16) que o chefe do seu Estado-Maior, Muhammad Abd Al-Karim al-Ghamari, um dos mais altos oficiais militares do grupo apoiado pelo Irã, foi morto “enquanto cumpria seus deveres”.

Sem culpar diretamente Israel pela morte do chefe militar, os houthis afirmaram que o conflito com Tel Aviv não havia terminado. Segundo o grupo, o Estado judeu “receberá sua punição dissuasiva pelos crimes que cometeu”.

Em agosto, Israel mirou o chefe do Estado-Marior, o ministro da defesa e outras figuras importantes do grupo em ataques aéreos em Sanaa, capital do Iêmen controlada pelos houthis. O então primeiro-ministro do governo houthi, Ahmad Ghaleb al-Rahwi, e outros ministros foram mortos nos ataques.

Israel havia ressaltado na época que o bombardeio tinha como alvo Ghamari, o ministro da defesa e outros altos funcionários. O Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse nesta quinta-feira que Ghamari “morreu devido aos ferimentos, juntando-se assim aos seus companheiros frustrados no eixo do mal nas profundezas do inferno”. “Faremos o mesmo contra qualquer ameaça no futuro também”, afirmou Katz.

Ghamari era membro do chamado Escritório da Jihad dos houthis, chefiado por Abdul Malik al-Houthi, líder do grupo e responsável por supervisionar operações militares.

Os houthis têm disparado mísseis, foguetes e drones em direção a Israel, no que dizem ser atos de solidariedade com os palestinos na Faixa de Gaza, a maioria dos quais foi interceptada. No fim de setembro, no entanto, um drone lançado pelos houthis atingiu a cidade turística de Eilat, no sul de Israel, e deixou 20 feridos.

Israel respondeu, como tem respondido, com bombardeios em áreas controladas pelos houthis no Iêmen. São alvos, em particular, a capital e zonas portuárias no mar Vermelho, onde o grupo iemenita tem feito ataques a embarcações desde o início do conflito em Gaza e provocado disrupção no comércio marítimo global.

O líder dos houthis disse na semana passada que o grupo monitorará o cumprimento por parte de Israel do acordo de cessar-fogo em Gaza, e retomará o apoio ao Hamas se Israel não cumprir o acordo.