Conselho de Segurança faz primeiro debate sobre Síria após queda de regime

Conselho de Segurança faz primeiro debate sobre Síria após queda


Nesta terça-feira, o Conselho de Segurança debate a questão na Síria com informes de altos representantes da ONU em Damasco, incluindo o subsecretário-geral de Assistência Humanitária, Tom Fletcher. A primeira reunião do órgão sobre o tema é realizada 11 dias após a queda do presidente Bashar al-Assad. 

O chefe humanitário discursou da capital síria após se encontrar com o comandante da nova administração da Síria, Ahmed al-Sharaa, e o recém-nomeado primeiro-ministro, Mohammed al-Bashir, com quem discutiu o aumento do auxílio.

Proteger civis e trabalhadores humanitários

O coordenador humanitário revelou ao Conselho que a recente escalada dos confrontos na Síria só aumentou as necessidades. Mais de 1 milhão de pessoas foram deslocadas em menos de duas semanas.

Fletcher pediu o respeito ao direito internacional humanitário, mais apoio global com fundos flexíveis para resposta às necessidades e ainda a garantia de que as “sanções e as medidas antiterrorismo não impeçam as operações humanitárias”.

Ao todo, acima de 70% da população precisa de apoio no país que concentra mais de 7 milhões de deslocados. Milhões de pessoas que deixaram a Síria vivem como refugiados. Quase 13 milhões de sírios enfrentam insegurança alimentar aguda.

Antes, o secretário-geral da ONU, António Guterres, reagiu aos encontros de Fletcher na capital síria enaltecendo o compromisso do governo interino de proteger civis, incluindo trabalhadores humanitários.

O subsecretário-geral de Assistência Humanitária, Tom Fletcher

O subsecretário-geral de Assistência Humanitária, Tom Fletcher

Transição política credível e inclusiva

O enviado especial para a Síria, Geir Pedersen, enfatizou que é preciso uma transição política credível e inclusiva, apropriada e liderada pela Síria, com base nos princípios da resolução 2254 do Conselho de Segurança.

Falando da Síria onde se encontrou com as lideranças de facto, o mais alto funcionário das Nações Unidas para o país disse que o primeiro grande desafio é que o conflito ainda não acabou. Ele pediu a redução da tensão rumo a um cessar-fogo nacional e mais esforços para lidar com conflitos entre facções militares.

Para o enviado, o segundo desafio é a enorme escala de necessidades em meio a uma economia arrasada, infraestrutura destruída e uma realidade em que 90% dos sírios vivem na pobreza.

O terceiro desafio é o processo político que carece de apoio para continuar no caminho certo, caso contrário, “uma nova instabilidade” diante da realidade totalmente nova marcada por esperanças e medos.

Conscientização das autoridades de transição

Em Damasco, Pedersen visitou deslocados e ainda o complexo prisional de Sednaya que teve milhares de sírios detidos e torturados pelo antigo regime. Para o local foram várias famílias em busca de parentes desaparecidos nos últimos dias.

Ainda nesta terça-feira, o chefe do Mecanismo Internacional, Imparcial e Independente disse que foram coletados 283 terabytes de dados e vem cooperando em investigações com promotores sírios e equipes na Bélgica, na França e nos Estados Unidos.

Em Genebra, Robert Petit revelou que algumas provas foram perdidas na transição na Síria, mas que era muito cedo para saber a dimensão. Mas afirmou ter sido observado com esperança “um estado de conscientização das autoridades de transição e atores da sociedade civil síria sobre a necessidade de preservar provas”.

Crianças fazem fila para comer comida quente em Alepo, Síria

Crianças fazem fila para comer comida quente em Alepo, Síria

Crimes mais graves

Petit disse ter escrito às novas autoridades da Síria para manifestar a disposição de se envolver com elas e viajar para a Síria para obter provas relacionadas a altos funcionários do antigo governo.

O órgão foi criado em 2016 para investigar e ajudar a processar os crimes mais graves cometidos na Síria desde 2011.

A ação rebelde que culminou com a queda do presidente Bashar al-Assad neste mês levou a que prisões e escritórios do governo fossem abertos revela “novas esperanças de responsabilização por crimes cometidos durante a guerra civil de mais de 13 anos na Síria.”



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