A Câmara de Vereadores de Belém aprovou nesta quarta-feira (6) o título de persona non grata ao presidente dos EUA, Donald Trump. A medida, proposta pelo petista Alfredo Costa, foi associada ao tarifaço do governo americano, que afeta a economia do estado-sede da COP30, a conferência sobre mudanças climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas).
No contexto diplomático, o título é uma maneira de manifestar contrariedade à presença em seu território de alguma pessoa que integre uma missão diplomática ou seja representante de outro Estado.
“O tarifaço atende aos interesses econômicos norte-americanos, mas atinge diretamente o povo brasileiro”, disse o vereador do PT durante sessão na Câmara. “O título de persona non grata é pelo que ele está fazendo contra o povo brasileiro e contra o povo mundial. O trabalhador, o vendedor de açaí também será atingido. De maneira geral, todos serão atingidos.”
Nesta terça-feira (5), o presidente Lula (PT) disse convidaria Trump para participar da COP30, que será realizada na capital do Pará, em novembro. A declaração aconteceu em meio à crise no governo desencadeada pela taxa de 50%, aplicada sobre exportações brasileiras, como uma reação dos EUA atribuída à gestão do Executivo e a decisões do Judiciário.
“Não vou ligar para o Trump para negociar nada não porque ele não quer falar. Eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para vir para COP, que eu quero saber o que é que ele pensa da questão climática. Vou ter a gentileza de ligar”, disse Lula, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão.
Em resposta à aprovação do título de persona non grata a Trump, o deputado estadual Rogério Barra (PL) oficializou, na Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, um pedido de suspensão de visto dos 12 vereadores de Belém que votaram a favor da medida.
“É inacreditável que, às vésperas da COP30, esses parlamentares usem a Câmara de Belém para provocar um incidente diplomático que pode atingir não só Belém, mas o Brasil inteiro, num momento de grandes tensões internacionais”, publicou Barra, em suas redes sociais.