A Coreia do Sul e os Estados Unidos concluíram os detalhes de um acordo para a construção de submarinos de propulsão nuclear, anunciou nesta sexta-feira (14) o presidente sul-coreano Lee Jae Myung. O documento inclui um investimento sul-coreano de US$ 150 bilhões no setor de construção naval americano e outro de US$ 200 bilhões destinados a setores industriais.
“Finalmente, as negociações entre Coreia do Sul e EUA sobre comércio, economia e segurança —que estavam entre as maiores variáveis afetando nossa economia e segurança— estão concluídas”, disse Lee nesta sexta-feira.
O anúncio conjunto ocorreu após a reunião, em outubro, entre Lee e o presidente dos EUA, Donald Trump, na qual concordaram em reduzir as tarifas americanas sobre produtos da Coreia do Sul de 25% para 15%.
“Uma boa competição exige excelentes parceiros, e acredito que a decisão racional do presidente Trump desempenhou um papel significativo para alcançar um acordo significativo”, disse Lee.
Ele também explicou que os dois países decidiram “seguir em frente com a construção de submarinos de propulsão nuclear”.
A Coreia do Sul obteve “o apoio necessário (dos Estados Unidos) para ampliar sua autoridade sobre o enriquecimento de urânio e o reprocessamento de combustível usado”, acrescentou.
Uma nota conjunta afirma que “os países se comprometeram a continuar sua colaboração com um grupo de trabalho sobre construção naval para aumentar o número de navios comerciais e militares americanos prontos para o combate”. O documento especifica que Washington deu “seu consentimento” a Seul para a construção dos submarinos, mas o local de fabricação ainda não está claro.
A tecnologia dos submarinos nucleares americanos é considerada um dos segredos militares mais bem guardados do planeta.
O ministro da Indústria da Coreia do Sul, Kim Jung-kwan, e o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, assinaram nesta sexta-feira um memorando de entendimento —um documento não vinculante com 27 pontos sobre investimentos estratégicos.
O texto estabelece um cronograma para a implementação dos projetos que serão selecionados pelo presidente dos EUA após consultas com a Coreia do Sul, e Seul será obrigada a transferir os recursos em até 45 dias após essas decisões.
O anúncio do acordo comercial encerra mais de três meses de disputas sobre as tarifas de Trump, que afetaram parceiros comerciais ao redor do mundo. A Coreia do Sul estava particularmente alarmada com a possibilidade de tarifas esmagadoras sobre exportações-chave como semicondutores e automóveis.
Lee, que assumiu o cargo há cinco meses após a fracassada imposição de lei marcial por seu antecessor, buscava uma vitória diplomática precoce.
Pelo acordo, Lee afirmou que a Coreia do Sul formará uma nova parceria com os EUA na área de construção naval, inteligência artificial e indústria nuclear, ajudando seu aliado a “reconstruir setores cruciais, assim como os EUA ajudaram a Coreia do Sul no passado”.
Uma ficha informativa divulgada pela Casa Branca afirmou que os EUA autorizaram a Coreia do Sul a construir submarinos movidos a energia nuclear e trabalharão em estreita cooperação com Seul para encontrar “formas de fornecer combustível”.




