O Supremo Tribunal da Coreia do Sul anulou nesta quinta-feira (1º) uma decisão anterior que havia inocentado o favorito nas eleições, Lee Jae-myung, de violação da lei eleitoral, lançando dúvidas sobre sua elegibilidade para concorrer à presidência.
Lee, candidato do Partido Democrático liberal que controla o parlamento, lidera as pesquisas de opinião para vencer a eleição presidencial antecipada, desencadeada pela destituição do ex-presidente conservador Yoon Suk Yeol devido à sua tentativa de imposição de lei marcial.
O caso de violação da lei eleitoral contra Lee pode aprofundar ainda mais as divisões no país, após meses de turbulência política que prejudicou os esforços para conduzir a quarta maior economia da Ásia em meio à guerra tarifária dos EUA.
Em março, um tribunal de apelação havia inocentado Lee de violar a lei eleitoral, mas os promotores apelaram da decisão ao Supremo Tribunal.
Ele está envolvido em vários processos criminais, mas o caso da lei eleitoral estava em destaque porque, se o Supremo Tribunal anulasse o veredicto de inocência de Lee e este fosse finalizado, ele seria impedido de concorrer às eleições por pelo menos cinco anos.
O Supremo Tribunal afirmou que Lee violou a lei eleitoral ao declarar publicamente fatos falsos e decidiu devolver o caso ao tribunal de apelação.
Embora o Supremo Tribunal tenha agido com rapidez incomum, não estabeleceu prazo para o tribunal inferior, que geralmente leva meses para revisar decisões, e não está claro se isso ocorrerá antes da eleição de 3 de junho.
Enquanto isso, espera-se que o líder interino da Coreia do Sul, Han Duck-soo, renuncie nesta quinta para abrir caminho para sua participação na disputa pela presidência, informou a agência de notícias Yonhap.
Também nesta quinta, o ex-presidente Yoon Suk Yeol foi acusado de abuso de poder devido à sua fracassada declaração de lei marcial, informou o Ministério Público. A nova acusação ocorre em um momento em que Yoon enfrenta um julgamento por insurreição.