Dinamarca reforça suas fronteiras após queima do Alcorão – 04/08/2023 – Mundo

Dinamarca reforça suas fronteiras após queima do Alcorão - 04/08/2023


O governo da Dinamarca anunciou que o país vem reforçando o controle de suas fronteiras para aumentar a segurança doméstica depois que cópias do Alcorão, o livro sagrado do Islã, foram queimadas em manifestações controversas. Os atos provocaram fúria em Estados de maioria muçulmana.

“As autoridades concluíram ser necessário, neste momento, aumentar o foco em quem está entrando na Dinamarca, a fim de responder às ameaças específicas e atuais”, disse o Ministério da Justiça dinamarquês em nota divulgada na noite desta quinta-feira (3).

Ativistas de extrema direita da Dinamarca queimaram pelo menos dez cópias do Alcorão na semana passada e planejam repetir o ato em novas manifestações marcadas para esta sexta (4) e para os próximos dias. Os eventos motivaram protestos, e autoridades manifestam receio de que possam ainda estimular casos de terrorismo em território europeu.

Os controles mais rígidos nas fronteiras da Dinamarca devem permanecer, pelo menos, até 10 de agosto, mas a data poderá ser prorrogada, segundo o governo. “As queimas do Alcorão, como disse a polícia, afetaram a atual situação de segurança”, afirmou o ministro da Justiça dinamarquês, Peter Hummelgaard.

As equipes de fronteira foram reforçadas, e os agentes instruídos a verificar com mais afinco os dados dos viajantes que chegam ao país. Decisão semelhante foi tomada pelo governo da Suécia, onde cópias do Alcorão também foram queimadas em manifestações semelhantes.

A polícia sueca admitiu, no mês passado, que a destruição de exemplares do Alcorão é um fenômeno crescente em seu território, o que tornou a Suécia um “alvo prioritário de ataques”.

Os atos aumentaram a pressão para que os países nórdicos imponham freios legais a manifestações do tipo. Também na quinta, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, afirmou que nenhum texto religioso deve ser queimado em atos públicos. “Seria errado se alguém queimasse a Bíblia. Da mesma forma, não acho que devemos queimar a Torá [livro sagrado do judaísmo]”, disse à emissora pública DR.

No centro dos debates está a liberdade de expressão, assegurada constitucionalmente também em casos de protestos de cunho antirreligioso. Governantes afirmam que não podem intervir sobre a realização de manifestações porque isso é uma decisão das forças de segurança, baseada em quesitos técnicos. Estas, por sua vez, argumentam que apenas obedecem à lei ao aprovar aglomerações do tipo e que as licenças que concedem se referem aos eventos em si, não às atividades que eles envolvem.

Governos e líderes de países muçulmanos, incluindo Turquia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Marrocos, criticaram os atos. Da mesma forma, os EUA e o papa Francisco também condenaram a queima do Alcorão. Segundo o pontífice, qualquer livro considerado sagrado deve ser respeitado.

Países como Arábia Saudita, Qatar e Irã ainda convocaram os diplomatas suecos em seus respectivos territórios depois de um protesto envolvendo a queima de um Alcorão em meados de julho. No Iraque, o episódio levou centenas de manifestantes a invadirem e atearem fogo à embaixada da Suécia e terminou com a expulsão da embaixadora da nação escandinava.

À medida que aumentam as tensões diplomáticas com países muçulmanos, as administrações da Suécia e da Dinamarca têm discutido como promover mudanças na legislação de modo a impedir a realização dos protestos. O chanceler dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, afirmou na semana passada que o governo busca uma “ferramenta legal” que permita às autoridades intervir.

“São atos profundamente ofensivos e imprudentes cometidos por indivíduos isoladamente. Essas pessoas não representam os valores sobre os quais a sociedade dinamarquesa está construída”, disse.

As declarações, contudo, não amenizaram a crise. O porta-voz da chancelaria do Irã, Nasser Kanaani, por exemplo, disse que “o governo dinamarquês é responsável por prevenir insultos ao Alcorão e às santidades islâmicas, bem como processar e punir quem cometeu os insultos”. Segundo ele, os Estados muçulmanos esperam ações práticas.



Fonte CNN BRASIL

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