El Salvador devolve imigrante deportado dos EUA por engano – 06/06/2025 – Mundo

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O governo de El Salvador devolveu aos Estados Unidos nesta sexta-feira (6) Kilmar Abrego Garcia, o imigrante salvadorenho que foi preso e deportado por engano em março. A informação foi revelada pela emissora ABC News e confirmada pela secretária de Justiça do governo Donald Trump, Pam Bondi.

Garcia chegou a ser detido na controversa prisão construída pelo presidente salvadorenho Nayib Bukele para abrigar membros de facções criminosas, apesar de não ter sido condenado por nenhum crime. Nos EUA, ele responderá acusações de transportar imigrantes em situação irregular.

“Abrego Garcia está nos EUA para enfrentar a Justiça”, disse Bondi. “Agradecemos o líder de El Salvador por devolvê-lo, e podemos antecipar que ele será enviado de volta assim que cumprir sua pena”, acrescentou a secretária de Justiça.

A acusação criminal contra Garcia foi registrada sob sigilo pela Justiça federal americana em maio. Ele é acusado de supostamente transportar imigrantes em situação irregular dentro dos Estados Unidos em um esquema que teria durado anos e que teria tido o envolvimento da facção salvadorenha MS-13.

O esquema teria durado quase dez anos e envolvido o transporte de milhares de imigrantes em situação irregular, incluindo crianças, de acordo com a acusação. A imprensa americana já havia relatado que Garcia foi detido, em novembro de 2022, em uma rodovia no estado do Tennessee dando carona para oito pessoas que não tinham bagagem.

O governo Donald Trump utilizou o caso para dizer que Garcia praticou tráfico humano, mas ele não foi acusado nem condenado por esse crime na Justiça. Sua defesa diz que era comum que o salvadorenho, que trabalhava com construção civil, desse carona a colegas do canteiro de obras.

Além disso, críticos do Partido Democrata diziam que, se o governo tinha tanta certeza de que Garcia tinha histórico criminoso, que apresentasse essas provas na Justiça —o que não aconteceu durante todo o período da disputa. Ainda não se sabe que novas informações, se houver, sustentam o indiciamento revelado nesta sexta.

Abrego Garcia vivia com a esposa e seus filhos no estado de Maryland quando foi preso pelo ICE, o serviço de imigração americano, e deportado para El Salvador, apesar de uma ordem judicial proibindo seu envio para esse país devido a alto risco de que ele sofresse tortura lá. O governo Trump chegou a reconhecer que o homem foi deportado erroneamente, mas também disse repetidas vezes, sem apresentar provas, que Garcia faz parte do MS-13, o que sua defesa nega.

O caso se tornou um dos mais emblemáticos da campanha de Trump para deportar o maior número de imigrantes em situação irregular possível —muitas vezes, sem que eles tenham tempo de questionar sua detenção.

A proporção foi tamanha que Garcia recebeu uma visita na cadeia do senador do Partido Democrata Chris van Hollen, do estado de Maryland. Depois de ter sua entrada na prisão negada, o governo Bukele acabou permitindo que os dois se encontrassem no hotel onde o senador se hospedava. Na ocasião, van Hollen disse que Garcia passou dias na prisão de segurança máxima antes de ser transferido para outro local, e que ele estaria sem notícias da esposa e dos filhos.

O caso chegou à Suprema Corte dos EUA, que determinou que o governo Trump tomasse medidas para “facilitar o retorno” de Garcia ao país. O termo vago virou alvo de disputa entre a Casa Branca, a oposição e cortes inferiores —o governo dizia que a decisão significava apenas que, se Garcia “se apresentasse” em uma fronteira americana, sua entrada “seria facilitada”, mas que o Executivo não tinha obrigação de fazer nada além disso.

O próprio presidente Nayib Bukele, acusado de violar direitos humanos ao prender cerca de 1% da população do país em sua guerra contra o crime organizado, saiu em defesa do governo Trump. Durante visita à Casa Branca em abril, Bukele disse a jornalistas que não devolveria Abrego Garcia, chamando a ideia de absurda e o imigrante, de um “terrorista criminoso”.

Em sua disputa com a Justiça no caso, advogados do governo Trump disseram repetidas vezes que estavam de mãos atadas: mesmo que a deportação tenha sido um erro, argumentavam, não havia nada que os EUA poderiam fazer para trazer Garcia de volta ao país, uma vez que ele estava em poder de El Salvador.

A defesa do imigrante acusava o Executivo de fazer corpo mole e não usar o considerável poder diplomático de Washington para cumprir a decisão judicial, e a juíza do caso, Paula Xinis, abriu um inquérito para apurar se o governo estava deliberadamente desafiando a ordem da Justiça.



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